SEMANA SANTA: O SIGNIFICADO DE CADA DIA DA CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO

SEMANA SANTA: O SIGNIFICADO DE CADA DIA DA CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO

No século I (100) os cristãos não tinham outra festa a não ser a Celebração Semanal da Ressurreição do Senhor. No Primeiro dia da Semana (que os romanos chamavam “dia do Senhor”) os cristãos costumavam reunir-se para ouvir a Palavra de Deus, para celebrar a Eucaristia, e nos primeiros anos, também para tomar a refeição em comum. Em seguida, todos voltavam para suas casas, despedindo-se uns dos outros até o domingo seguinte. Não tinham outras celebrações, além dessa. Não passou muito tempo, porém, e a Igreja percebeu a necessidade de dedicar um dia do ano para a comemoração dos acontecimentos culminantes da vida de Jesus, e por isso instituiu a Páscoa.

No século II (200) essa festa já estava difundida em todas as comunidades cristãs. Sendo, porém, que um único dia destinado para celebrar a ressurreição de Cristo parecia muito pouco, pensou-se em prolongar a alegria dessa festa para sete Semanas, os 50 dias de Pentecostes, que deviam ser celebrações com alegria, porque, como dizia um famoso Bispo chamado Irineu: “Estes dias são como que um único dia de festa, que tem a mesma importância que o domingo”.

Domingo de Ramos: Segundo os relatos de uma peregrinação de Etéria, em Jerusalém, já existia no século IV, celebrava se a entrada de Jesus na cidade. Os Ramos de Palmeiras significam a vitória de Jesus sobre a morte, pela ressurreição. Significam também que nos dispomos a segui-lo como o Servo que dá a vida na cruz. Levaremos estes ramos para casa. Devemos guardá-los num lugar visível durante todo o ano, para recordar nosso compromisso de seguir o Cristo num caminho de humildade e despojamento.

Entrar na cidade os reis ou generais vitoriosos entravam solenemente e eram aclamados. Nunca entravam a pé numa cidade, entravam a cavalo, pois ele era uma arma de guerra.

Jesus entra montado em um jumentinho, que era um animal do trabalho, animal de carga e de montaria. Jesus pretende ser um rei diferentes dos líderes corruptos, e sim um rei que serve e ama os perdedores.

Segunda feira, Terça-feira e Quarta-feira nós chamamos de Paraliturgia que acrescenta celebrações penitenciais, meditações das dores de Maria e procissões. No Brasil essas procissões religiosas da Paralitugia surgiram em 1949, onde a procissão é seguida por uma imagem. Procissão do Encontro: nesta procissão levavam-se as imagens do Senhor e de Nossa Senhoras das Dores para oratório diferentes, onde ficam depositados até a procissão do encontro. Celebra-se o doloroso encontro de Maria com seu filho. Celebra-se as sete dores de Maria.

Durante dois anos esta epidemia do novo coronavírus não nos privou apenas dos afetos, mas também da possibilidade de vivenciarmos, mais uma vez, juntos a festa mais importante da Igreja Católica que é a Páscoa. Claro que você vivenciou conosco estas celebrações pelas redes sociais em suas casas. “Mas o Senhor não nos deixa sós! ” A ameaça de contaminação pelo novo coronavírus nos ensinou e nos esvaziou das nossas falsas seguranças e revelou que a vida não está sob o nosso controle, como pensamos que estivesse. Contudo, admitimos que somos passíveis de adoecer, de sofrer e de morrer. Nem o dinheiro, nem a tecnologia, nem a ciência e nem mesmo a fé pode nos impedir de sermos atingidos pela morte. Dado o exposto, este ano de 2022, poderemos vivenciarmos juntos a Semana Santa, voltemos o nosso olhar para nosso Senhor crucificado, lembrando que Ele “pela graça de Deus, provou a morte em favor de todas as pessoas” (Hb 2,9). Não nos esqueçamos: “Depois que Cristo morreu na cruz, toda situação, inclusive a mais frágil e trágica ou a aparentemente falimentar e maldita, pode tornar-se lugar e causa de salvação. Ou seja, se um crime horrendo foi o contexto histórico escolhido por Deus ou por meio do qual o Pai nos salvou, isso quer dizer que qualquer cenário histórico é ideal para se viver a própria história pessoal de salvação” (Amedeo Cencini).  

Portanto, a Semana Santa é uma grande história de amor, que não conhece obstáculos e nos dá a certeza de que nunca seremos abandonados nas provações da vida. Fala de misericórdia e até onde o amor de Deus por seus filhos pode chegar.

A missa do Lava-Pés na Quinta-Feira Santa, marca o início do Tríduo Pascal, que representa para nós cristãos católicos, o PONTO CENTRAL DA NOSSA FÉ. A liturgia que abre o Tríduo Pascal, coloca-nos dentro da dinâmica da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. O Tríduo Pascal é o nome dado para a composição dos dias finais da Semana Santa. Ela começa na quinta-feira e se encerra na véspera do Domingo de Páscoa. Sua celebração possui o propósito de recordar a essência da fé em Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou.

Neste momento tão íntimo com Deus façamos das Dores de Maria a nossa Dor pelo nosso próximo. Olharmos com misericórdia e amor. Pois neste período de pandemia deixamos nossos corações mais frios, nos tornamos indiferentes ao próximo.

Pois bem, não deixem de participar das celebrações que está havendo nas Igrejas. Por fim, desejo-lhe uma abençoada e Santa Páscoa para você e os seus! Fraternalmente:

 

 

Padre Edson Alves.

Paróquia São José Operário de Guaxupé-MG