Precisamos ter poder e autoridade sobre a nossa vida

Precisamos ter poder e autoridade sobre a nossa vida

Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos” (Lucas 9,1-2).

Os doze representam a nossa comunidade, comunidade que nasceu do trabalho missionário de Jesus. Estamos nos aproximando do mês missionário na nossa Igreja aqui do Brasil, outubro é o mês das missões.
É bom recordar, que o evangelho de hoje, nos aponta algumas condições e obrigações de quem se considera missionário. Eu vou apontar três:

Primeiro, a disponibilidade. Disponibilidade para ir onde a Igreja nos envia e não apenas onde eu quero ir. Quem escolhe a missão que quer fazer, em nome de Jesus Cristo, é um farsante, não é um missionário, um turista. Por isso a disponibilidade de ir onde a Igreja nos envia.

Segundo desprendimento e desapego. O missionário não é um artista. Ser acolhido com dignidade numa missão não é, ter exigências de luxo e regalias. O missionário precisa estar aberto àquilo que a Divina Providência lhe der quando ele sair em missão em nome de Cristo e em nome da Igreja.

Terceiro, gratuidade. O propósito de toda missão é o de enriquecer com os bens espirituais as pessoas a quem o missionário é enviado, e não o de se aproveitar disso para obter lucro em benefício próprio, para enriquecimento próprio. Quem se aproveita da missão para ficar rico é um ladrão da glória de Deus. Não é um missionário.

Infelizmente, muitos perderam o sentido missionário e seguiram pelo caminho da autopromoção, do enriquecimento e do aproveitamento próprio usando da missão para outras finalidades. Por isso peçamos ao Senhor a graça de sermos instrumentos d’Ele e sermos missionários d’Ele a serviço do Evangelho de forma integral e de forma pura, sem usar da missão para se exaltar e enriquecer.

Não levem nada para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas’. Cajado é um sinal de defesa e segurança. Renunciem a isso. Sacola representa a confiança nos bens, nos instrumentos. O Reino não é uma estratégia. É um dom. Também não devem levar pão, que é o símbolo da sobrevivência. É preciso antes confiar na Providência. Nem levar dinheiro. É a renúncia à segurança financeira. Nem duas túnicas, duas mudas de roupa. A proteção necessária é a de Deus. Tudo isso é simbólico, para dizer: o missionário deve por sua confiança em Deus.

É uma convocação aquilo que o Mestre Jesus faz aos Seus, Ele os convoca para uma missão. É muito importante, primeiro, porque precisamos escutar o Mestre Jesus. Ele nos convoca e nos chama para estarmos próximos d’Ele, para aprendermos com Ele.

Precisamos ter poder e autoridade sobre a nossa mente e a nossa cabeça. Quem usa de autoritarismo para com os outros, geralmente, não consegue ter autoridade sobre si, autodomínio, autocontrole, frear a própria língua, frear os próprios impulsos, porque o autoritarismo é próprio daqueles que não têm autoridade sobre sua própria vida e o seu coração. Os discípulos de Jesus aprendem primeiro a terem autoridade sobre sua vida pessoal e espiritual. Fico olhando para uma pessoa que consegue ter autoridade sobre a sua língua. Que bênção vai ser essa pessoa, que apóstolo vai ser essa pessoa! Porque ela controla o que ela fala, ela tem autoridade sobre os seus pensamentos; e, na hora que ela abrir a boca, a palavra dela terá poder, porque ela abre a boca com a autoridade da graça de Deus.

Por fim, os missionários de Deus são reconhecidos pela gratuidade: os consagrados, os catequistas, os ministros extraordinários da comunhão, membros de todas as pastorais e movimentos da Igreja. Todos esses são um presente de Deus para a humanidade! Por onde passam fazem o bem e espalham a alegria. Sem os leigos, a Igreja seria menos de um por cento do que ela é. Obrigado, Senhor, pela vocação laical!