Ministério Público identifica indícios de crime em falas racistas de professora de Muzambinho

Ministério Público identifica indícios de crime em falas racistas de professora de Muzambinho
Falas foram gravadas por alunos dentro da sala de aula - Foto: Reprodução/EPTV

A conclusão do parecer das investigações envolvendo uma professora em Muzambinho, suspeita de comentários discriminatórios e preconceituosos em sala de aula trouxe novos desdobramentos. O Ministério Público, após avaliação do caso, identificou indícios de crimes relacionados à raça ou cor, bem como infrações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A promotoria propôs um acordo à professora, cujos detalhes não foram revelados publicamente. A recusa desse acordo poderá resultar em uma ação penal contra ela.

A investigação da Polícia Civil já havia indiciado a suspeita por crimes de racismo e constrangimento a adolescentes. Os depoimentos de 19 alunos e professores, somados à fala da docente durante uma aula de "Humanidades", que foi gravada por estudantes em agosto, sustentaram o inquérito com quase 200 páginas encaminhado à Justiça.

As falas polêmicas da professora, registradas em áudio, incluem comentários depreciativos sobre cor, raça, obesidade e deficiência. Seus comentários, amplamente divulgados nas redes sociais, ressaltam a superficialidade de padrões de beleza e fazem comparações desrespeitosas sobre características físicas e condições pessoais.

Além das esferas policial e judicial, a Secretaria de Estado de Educação tomou providências. Após uma inspeção da Superintendência Regional de Educação de Poços de Caldas, um relatório foi elaborado e encaminhado para investigação do Núcleo Correição Administrativo, em Belo Horizonte, sobre a conduta da professora.

A Secretaria reiterou seu repúdio a quaisquer práticas discriminatórias, destacando a gravidade desses atos, que atentam contra os direitos humanos, a Constituição e outras leis que defendem o respeito mútuo e a igualdade entre todos na sociedade.