Medicina da UFMG realiza 2º mutirão de retinografia diabética em Juruaia e Guaxupé
Parceria com secretarias do sudoeste mineiro usa retinógrafo portátil que permite que pacientes do interior do estado tenham exames laudados no HC de forma remota.
Alunos e professores do curso de Medicina da UFMG participaram do 2º mutirão de retinografia diabética nas cidades de Juruaia e Guaxupé, nos dias 21 e 22 de novembro. A ação é uma parceria entre o Departamento de Medicina Preventiva Social (MPS) e o Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia (OFT) da Faculdade de Medicina com as secretarias de saúde dos municípios do sudoeste mineiro.
A retinografia é um exame que visa diagnosticar precocemente a retinopatia diabética, que pode levar à cegueira. O projeto tem a orientação do professor Francisco Panadés Rubió, do MPS, em parceria com a Oftalmologia, coordenada pelo professor Daniel Vitor Santos.
Os mutirões são realizados pelas equipes de atenção básica da região e alunos do Estágio em Saúde Coletiva (Internato Rural) da UFMG, com o apoio da enfermeira Flávia Cristina Paulino, profissional da secretaria de saúde de Cabo Verde.
Foram 63 pacientes, pessoas diabéticas que fazem acompanhamento nas unidades de saúde básica dos municípios, atendidos em Guaxupé na terça-feira, 21 de novembro, e 52 pacientes em Juruaia, na quarta-feira, 22 de novembro.
Retinógrafo portátil
As equipes usam retinógrafos portáteis acoplados a aparelhos celulares para realizar exames de fundo de olho, cujas imagens são enviadas para o Hospital São Geraldo, que integra o Hospital das Clínicas (HC). Os pacientes também passam por exames de medida da pressão intraocular.
Equipe do mutirão de triagem de retinopatias diabéticas na UBS Juruaia I, parceria do OFT, Internato Rural da Medicina UFMG, e Secretaria Municipal de Saúde de Juruaia - Foto: Arquivo pessoal
“Com o uso dessa tecnologia, a universidade vai aos municípios, ao invés dos municípios virem à universidade”, reflete o professor Rubió. O treinamento das equipes locais é realizado no HC e os pacientes que são atendidos pela atenção básica dos municípios não precisam vir a Belo Horizonte ou outras cidades da região apenas para realizar os exames.
Os casos em que alguma lesão é detectada são encaminhados para tratamento especializado, como cirurgia ou infiltração com medicamento inibidor de vascularização, a depender do laudo da equipe de Oftalmologia do HC, que também conta com a médica oftalmologista Grazielle Fialho.
O HC também tem parcerias com clínicas particulares que atendem pacientes que estão na fila do SUS.
Telessaúde
Dois mutirões também já foram realizados em Guaranésia e Cabo Verde, também na região sudoeste, e acontecem desde o início de 2022. “Essa é uma qualificação para a atenção básica, da equipe de saúde da família, que permite atingir muitos pacientes no diagnóstico precoce de uma doença grave”, diz Rubió. O custo de cada exame remoto é de cerca de R$1,80, segundo o professor.
Segundo o professor Francisco Rubió, o Centro de Telessaúde da UFMG está elaborando um projeto de desenvolvimento de uma plataforma que permita capacitar mais profissionais para fazer os laudos dos exames enviados pelas equipes no interior.
“Esse projeto é pioneiro em termos de saída da universidade para os municípios. Pensamos em expandi-lo para todo o Internato Rural, e estamos trabalhando para criar um convênio com o consórcio das secretarias de saúde da região do Lago de Furnas para contratar mais professores e profissionais”, analisa Francisco Rubió.
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