De pizzaiolo a vendedor de flores no cemitério: conheça um pouco da história de Gabriel Taliari, jogador de futebol que viveu em Arceburgo

Gabriel Taliari, de 26 anos, nascido em Mococa, no interior de São Paulo, mudou-se muito cedo com a família para a cidade vizinha, Arceburgo, distante cerca de 15 quilômetros. E lá, Taliari viveu momentos inesquecíveis com a família.

De pizzaiolo a vendedor de flores no cemitério: conheça um pouco da história de Gabriel Taliari, jogador de futebol que viveu em Arceburgo
Gabriel Taliari durante atividade no CT Alviverde - Foto: Nathan Bizotto/E.C.Juventude/Divulgação

Ele nem sempre esteve na cara do gol. O mundo da culinária perdeu um pizzaiolo e a família um vendedor de flores. Quem ganhou foi o Juventude. Último reforço contratado para a disputa da Série B, Gabriel Taliari, de 26 anos, tem sido peça importante na reta final da competição.

O atleta foi contratado depois de uma passagem pelo CSA, da Terceira Divisão, para disputar as últimas 12 rodadas pelo Verdão. Com dois gols e muita movimentação em campo, o jogador revelou detalhes de como se adaptou rapidamente à equipe durante entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.

“É um momento muito bom do clube. Até falei na minha apresentação que tinha pouco tempo pra me adaptar, por isso estou muito feliz por estar podendo ajudar o clube. O pessoal me recebeu muito bem, o que facilitou a minha ambientação”, destacou o camisa 19.

E logo de cara, Taliari chegou com a missão de substituir o artilheiro do Ju, Rodrigo Rodrigues, que havia sido negociado. Além disso, o substituto, o centroavante Erick Farias, estava lesionado. Fábio Gomes também havia sido liberado pelo clube. Coube a Taliari suportar a pressão.

“Não é fácil substituir o Rodrigo. Ele vinha fazendo um grande campeonato, era uma referência dentro do grupo. Faço outras funções dentro de campo. Temos estilos diferentes. Sou um cara de mais mobilidade”, resumiu o jogador. 

Para ser um atleta de drible curto e com rápido raciocínio, Taliari revelou que atuou dos sete aos 16 anos no futsal.

“Não tive muita base. Com 16 anos, cheguei no profissional do São Bernardo, na última divisão do estadual. O futsal me ajudou muito a formar alguns movimentos e no meu estilo de jogo. Desde pequeno atuava nas quadras”.

Bons professores

E para se tornar um atleta versátil, ele contou com a ajuda de dois técnicos que já treinaram o Juventude em épocas distintas.

“Trabalhei com o Roberval Davino, no Capivariano (SP), clube que detém meu passe; e com o Picoli, que também me usou em outras funções. O Roberval foi o primeiro técnico a me colocar como falso 9 e, no primeiro ano, acabei indo muito bem e me transferindo para o Athletico-PR. No Ituano, atuei muito como camisa 10. No início, não fazia muitos gols, até que com o Picoli, em 2017, comecei a me destacar um pouco mais, atuando mais próximo do gol.

As atuações de Taliari na Série C chamaram a atenção do técnico Thiago Carpini que indicou o atleta à direção alviverde. E em quatro jogos pelo Ju, Taliari marcou dois gols, o primeiro, de pênalti, diante de seu ex-rival, o CRB.

“Foi muito especial. Tinha treinado pênaltis com o Alan, mas já estava definido que seria eu o cobrador. Agora ele tá fazendo bastante gols (risos). Não imaginava que ia bater, porque o Alan pegou ela, mas logo ele passou a bola pra mim”.

A vida fora das quatro linhas

Nem sempre Gabriel balançou as redes. Nascido em Mococa, no interior de São Paulo, mudou-se muito cedo com a família para a cidade vizinha, Arceburgo, distante cerca de 15 quilômetros. E lá, Taliari viveu momentos inesquecíveis com a família.

“Meu pai a cada hora inventava uma coisa. No Dia de Finados, vendia flores no cemitério. E nós, os quatro irmãos, no Dia de Finados, e na véspera, íamos no cemitério, acordávamos às 5h, porque a missa era cedo; e vendíamos as flores. Escutei cada coisa no cemitério. Diziam que nós vendíamos as flores e depois voltávamos no cemitério pegá-las pra vender de novo. Sou um cara medroso, se pegasse as flores não ia conseguir dormir (risos)”.

O atacante ainda revelou que se não fosse jogador de futebol estaria trabalhando na pizzaria com o pai, em Arceburgo.

“Meu pai tinha o mercadinho dele. Depois acabou fechando o negócio e agora já faz uns cinco ou seis anos que está com a pizzaria em Arceburgo. Minha família toda trabalha lá, então provavelmente estaria lá também”, apontou Taliari.

 

Fonte: Portal GZH