Estudo indica o envelhecimento e o encolhimento da população no Sul de Minas

Segundo o grupo, a região teve aumento populacional considerado lento neste período, Juruaia teve aumento de 39,08%, em contrapartida, São Pedro da União perdeu 17,94%.

Estudo indica o envelhecimento e o encolhimento da população no Sul de Minas
Estudo foi realizado pelo Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas (Geesul) - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo feito pelo Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas (Geesul) mostra que a população do Sul de Minas envelheceu e encolheu nos últimos 20 anos. A região é composta por 155 cidades. De acordo com o estudo, dados de uma pesquisa do Instituto Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), realizada em 2020, estima-se uma população de aproximadamente 2.793.547 habitantes no Sul de Minas, número parecido da Lituânia.

Segundo o Geesul, ao confrontar os dados atuais com os apurados 20 anos atrás, no qual a região tinha aproximadamente 2.384.851 habitantes, a população da região teve um aumento de 17,14%. Apesar do crescimento, o ritmo foi considerado lento, até 2005 o crescimento passava de 1% ao ano, após este período, o crescimento ficou próximo a 0,5% ao ano.

Devido a esses passos lentos de crescimento neste período, algumas cidades tiveram sua população reduzida. Foram 38 cidades que apresentaram diminuição em seus habitantes. Dentre as cidades de abrangência do Jornal Noticiantes, aparecem: São Pedro da União (-17,94%) em segundo lugar na lista e Muzambinho (-0,21%) em penúltimo.

As microrregiões de Andrelândia e Itajubá foram as que apresentaram a maior quantidade de cidades (8 em cada) com redução da população.

Em contrapartida, algumas cidades apresentaram maior crescimento neste período: Extrema (92,26%), São Bento Abade (43,14%), Pouso Alegre (42,87%), Santa Rita do Sapucaí (39,95%) e Juruaia (39,08%).

Para o Geesul, a explicação do por que algumas cidades cresceram mais que as outras “está na dinâmica econômica de cada município e as oportunidades ofertadas à população local. Cidades com mais oportunidades, seja para trabalho ou estudo, atraem mais pessoas”.

A atual pirâmide etária do Sul de Minas mostra maior concentração de pessoas entre 20 e 44 anos de idade, porém, dividida de forma bem homogênea. Ao realizar uma análise histórica, o Grupo de Estudos notou o envelhecimento da população. Do ano de 2000 para o ano de 2020, as faixas etárias abaixo de 19 anos apresentaram reduções, enquanto a população adulta, e principalmente idosa, cresceu consideravelmente.

 

São menos jovens e mais idosos na região a cada ano, e isso traz implicações econômicas, mercadológicas e sociais. 

“O raciocínio é simples. Olhe para o passado, quantos filhos sua avó teve? E atualmente quantos filhos essa geração quer ter? Saímos de uma média de 6 a 10 filhos por casal, para 1 ou nenhum filho, atualmente. Em algum momento, no futuro, a ‘conta’ vai chegar”, explica Guilherme Vivaldi, membro fundador do Geesul.

Ainda segundo o Geesul, os jovens acabam mudando para cidades maiores, ou até fora do país, em busca de oportunidades, têm menos filhos, gerando impacto na mão de obra disponível para trabalho.

“Esta é uma tendência mundial, as pessoas mudaram suas percepções de vida e cada dia têm menos filhos, mas a economia não reagiu ainda a esta mudança, pelo menos pelas ‘bandas’ de cá. É necessário pensar na maior aplicação de tecnologia para substituição da mão de obra que ficará escassa; também é necessário repensar nos modelos de negócios, com a reinserção de pessoas em idades mais avançadas, mantendo o nível de competitividade e produtividade; ainda no setor público, prever os gastos e auxílios a parcela da população que não será capaz de acompanhar esta mudança; e, por fim, para as empresas, uma mudança no público-alvo, reduzindo a atenção às parcelas mais jovens, e aumentar para adultos e idosos, e até mesmo pensar na reformulação de seus produtos diante na nova realidade”, conclui.