Mesmo com alto número de reclamações, prefeitura de Guaxupé pretende subsidiar em quase R$ 800 mil empresa de transporte público
O serviço de transporte público feito pela empresa TUGA é alvo de muitas reclamações dos usuários da cidade de Guaxupé. Mesmo com muitas queixas da população, a prefeitura de Guaxupé mantém o contrato com a empresa e tenta na Câmara subsidiar R$ 797.480,86, proveniente do Governo Federal, caso o Projeto de Lei seja aprovado na segunda votação, o valor será repassado à concessionária.
Os vereadores de Guaxupé aprovaram em primeira votação o Projeto de Lei do Executivo, em regime de urgência, que autoriza a abertura de crédito adicional ao orçamento geral do município. O valor do crédito é de R$ 797.480,86 proveniente do Governo Federal que será destinado à concessionária do transporte público urbano da cidade: a TUGA.
A justificativa do Executivo para tal subsídio é para custear a elevação do preço do combustível com a finalidade de manter o valor do passe sem aumento. O PL foi amplamente discutido na Sessão Ordinária pelos vereadores. Mas, antes da segunda votação, os nobres pretendem ouvir mais uma vez a empresa Viação Guaxupé LTDA (TUGA) na intenção de saber o que será melhorado, já que o serviço é alvo de muitas reclamações dos usuários.
A discussão do Projeto foi iniciada pelo líder do governo, o vereador Donizetti Luciano dos Santos (Zettinho), citando uma reunião entre o Legislativo e os secretários Renato Gouvêa (Governo) e Renata Fernandes (Desenvolvimento Social), onde foi exposto que o Executivo está criando mecanismos para evitar o aumento da tarifa, que está em torno de R$ 3,90. Mesmo com tantos problemas envolvendo a atual concessionária foi dado mais um “voto de confiança” para empresa.
“A gente sabe que a TUGA precisa melhorar o transporte. Precisa melhorar os horários, melhorar a frota e a gente optou dá esse voto de confiança, até porque a gente possa estar cobrando ela”, disse Zettinho.
Na sequência, Paulo Rogério esclareceu que o repasse para TUGA não será proveniente dos cofres da prefeitura, mas sim do Governo Federal para suprir as perdas durante a pandemia. O vereador também levantou a possibilidade de se ter outros mecanismos para diminuir a tarifa.
“A TUGA finge que presta um serviço, a prefeitura finge que ‘tá’ bem e a gente vai fingindo que tá tudo bem, mas a gente sabe que o problema é gigante. A gente acabou de ter a reunião aqui aquele dia, passaram três ou quatro dias teve o problema do ônibus transportando aluno no Vale Verde... que fique registrado, o que o Secretário de Governo disse aqui e comprometeu, não é com esses 800 mil, é com outro subsídio para que a gente possa abaixar o preço da passagem, para que os usuários tenham condições de usar os ônibus, em condições de uso. Porque as carcaças que andam aqui pela cidade quebrando pra todo lado não tem jeito”, explanou.
Como o PL entrou com urgência, o líder do governo pediu para que fosse efetuada a segunda votação naquela mesma Sessão. Encabeçando o pedido da não votação dos dois turnos, o vereador Gustavo Vinícius, quer mais explicações da empresa para saber se haverá melhorias e investimentos na frota.
“A gente não tem nenhum cronograma de um ônibus novo, como a gente da comissão estava conversando, um ônibus por ano; os ônibus já com as catracas a partir de tal mês. A gente não tem o bilhete eletrônico, não tem nada disso ainda”, relatou.
O pedido pela não realização da segunda votação foi reforçado por Wilson Tomate. “Eu voto em primeira, por que foi votado nessa casa o passe social. Os vereadores cobraram para ter melhoria, não foi feita nenhuma. Nós temos que cobrar esse contrato”.
Apesar do projeto ter sido aprovado por unanimidade, o pedido de segunda votação feito pelo vereador Zettinho foi derrubado por nove votos contra e segue em tramitação no Legislativo.
PL do Executivo foi apreciado pela Câmara na última Sessão Ordinária - Foto: Reprodução/Câmara Municipal
Reclamações
Ainda durante a discussão do Projeto, o vereador Leonardo Moraes levantou uma problemática vivenciada por alunos de escolas estaduais que dependem do serviço de transporte público. Segundo ele, algumas linhas foram retiradas, principalmente, da zona rural.
Uma diretora de uma escola, no qual não foi citada o nome da instituição, relatou ao nobre que alunos ficam deitados sobre as mochilas aguardando o ônibus. Ainda segundo o vereador, alunos saem de suas casas por volta das 6h30 e retornam apenas depois das 15h.
“A escola municipal sai mais cedo e o pessoal aproveita o ônibus para ele trazer o pessoal que volta para estudar a tarde e esses alunos das escolas estaduais tem que aguardar até que chegue a entrada do pessoal da tarde para voltarem”, disse o vereador.
O vereador Wilson Tomate revelou que na Escola Estadual Doutor Benedito Leite Ribeiro (Ginásio), os alunos recebem comida durante a espera.
E não para por aí, as reclamações são recorrentes por parte dos usuários. São inúmeras: demora, situação precária dos ônibus, poucos horários aos finais de semana, entre outras.
Comentários (0)
Comentários do Facebook