Um peso que Guaxupé não pode mais suportar

Um peso que Guaxupé não pode mais suportar

Nos últimos anos, os cidadãos de Guaxupé têm enfrentado um crescente descontentamento com os serviços prestados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A lista de queixas é extensa: fornecimento de água irregular, falhas no atendimento, promessas vazias de melhorias e, o mais revoltante, a cobrança por um serviço de tratamento de esgoto que simplesmente não existe. A situação tornou-se insustentável, sobretudo após a equiparação da tarifa de esgoto a 74% em setembro de 2021, sem qualquer entrega correspondente. Em vez de encontrar uma solução, a atual administração municipal parece ter escolhido o caminho mais fácil: a omissão.

Guaxupé está cercada por exemplos de cidades que tomaram coragem e romperam seus contratos com a Copasa. Municípios como Extrema, Alpinópolis, Arceburgo e São Sebastião do Paraíso mostraram que é possível se livrar do fardo de uma prestadora que falha sistematicamente em cumprir suas obrigações. Enquanto isso, aqui, os problemas se avolumam e o que vemos por parte da administração é a mesma desculpa de sempre: a dificuldade de romper um contrato de longo prazo, que ainda tem 18 anos de vigência.

A pergunta que precisa ser feita é: até quando Guaxupé suportará essa situação? A Copasa, uma empresa de economia mista, se comporta como uma empresa privada, cobrando tarifas elevadas por serviços mal prestados, sem qualquer transparência ou responsabilidade. Enquanto outras cidades já fizeram sua lição de casa e buscaram alternativas mais justas e eficientes, a administração de Guaxupé falta com a coragem necessária para enfrentar a estatal e agir de forma decisiva em defesa dos interesses da população.

O caso de Arceburgo é especialmente emblemático. A prefeitura local anulou o contrato com a Copasa, reconhecendo os mesmos problemas que enfrentamos aqui: serviços precários, tarifas abusivas e um processo de contratação questionável. Após uma decisão administrativa bem fundamentada, Arceburgo deu início a um processo licitatório para buscar uma nova prestadora. Por que Guaxupé não segue o mesmo caminho? Não faltam exemplos ou embasamentos legais para agir, o que falta é disposição política e culhão.

Este é o ponto que mais indigna: a passividade da atual gestão municipal. Não é que não haja alternativas, é que não há vontade. O povo já demonstrou sua insatisfação de todas as maneiras possíveis, mas a administração parece surda aos anseios da população. Continuamos reféns de uma empresa que abusa do poder de monopólio, e quem deveria ser nossa voz prefere se omitir.

É por isso que deixamos aqui um recado claro ao próximo prefeito, que assumirá o mandato em 2025: não repita os erros da gestão atual. Se quer ter a confiança do povo de Guaxupé, rompa esse contrato que só beneficia a Copasa. Mostre que tem a coragem que falta à atual administração e que está disposto a lutar por um serviço de saneamento digno e tarifas justas para a população. O tempo das desculpas já passou. Precisamos de ação, precisamos de liderança. E, acima de tudo, precisamos de uma administração que entenda que os interesses do povo vêm em primeiro lugar. Guaxupé merece mais.