Desperdício desconcertante

Desperdício desconcertante

Durante a primeira sessão da Câmara Municipal de Guaxupé em 2024, o vereador Marcelo Araújo trouxe à tona preocupações válidas sobre as decisões do Executivo relacionadas aos gastos públicos. O destaque para a contratação da empresa de segurança Algiz Vigilância e Segurança LTDA, com um montante expressivo de três milhões, não passou despercebido. Araújo questiona com razão a necessidade dessa despesa considerável, especialmente quando já existe um serviço de segurança em vigor.

A perplexidade do vereador reflete a inquietação de muitos cidadãos, que possui voz através das redes sociais, denunciando discrepâncias salariais entre os funcionários da empresa e os vigilantes concursados da prefeitura que desempenham a mesma função. O testemunho de um internauta, cujo pai é funcionário público há mais de 15 anos, ressalta a injustiça salarial e os benefícios desproporcionais, levantando questões sobre a eficácia dos recursos públicos.

O contrato com a Algiz, assinado em outubro passado, revela um valor inicial já considerável, é crucial avaliar se esse investimento condiz com as reais necessidades e prioridades da comunidade.

A inquietude dos parlamentares não se limitou aos gastos excessivos com segurança. Durante a mesma sessão, os vereadores Maria José Cyrino e Marcelo Araújo expressaram sérias preocupações com a gestão e a qualidade dos serviços de saúde no pronto-socorro local. A solicitação para que o secretário de Saúde, Adilson Iório, preste esclarecimentos sobre o péssimo atendimento, principalmente a falta de humanização, no pronto-socorro é um chamado urgente à responsabilidade.

A crítica incisiva de Maria José Cyrino destaca a falta de empatia nos atendimentos e a necessidade de o secretário explicar detalhadamente como o dinheiro público está sendo aplicado. A cobrança de Marcelo Araújo, presidente da Comissão de Saúde, por explicações não apenas do secretário, mas também do prefeito, ressalta a importância de responsabilizar aqueles que assinam os cheques que pagam os serviços de saúde.

A sugestão de medidas mais enérgicas por parte de Marcelo Araújo, como acionar o Ministério Público e realizar auditorias, evidencia a insatisfação de poucos vereadores e a necessidade de ações concretas diante das persistentes deficiências no pronto-socorro. A falta de humanização no atendimento e a necessidade de substituição de profissionais que não atendem adequadamente às demandas da comunidade são problemas sérios que precisam de soluções imediatas.

A primeira sessão ordinária de 2024 da Câmara Municipal de Guaxupé revelou não apenas a insatisfação dos vereadores, mas também a urgência de medidas mais incisivas e transparentes para garantir a qualidade dos serviços oferecidos à população. A comunidade espera e merece uma gestão pública que priorize suas reais necessidades, evitando desperdícios e assegurando o uso eficiente dos recursos públicos.