Dois anos após entrega das casas, Residencial Vale Verde segue com poucas melhorias por parte da Administração Municipal de Guaxupé

Moradores do bairro reclamam do esquecimento por parte do Poder Público municipal. As praças estão tomadas de mato, os brinquedos paras as crianças quebrados, além das inúmeras reclamações da escassez de ônibus. Já se passaram dois anos da entrega das chaves e nada foi melhorado no bairro.

Dois anos após entrega das casas, Residencial Vale Verde segue com poucas melhorias por parte da Administração Municipal de Guaxupé
Em 2020, foram entregues 279 moradias para população baixa renda – Foto: Drone Tio WO

No final de dezembro de 2020, 279 famílias guaxupeanas recebiam as chaves de suas casas no Residencial Vale Verde. Uma realização de sonho para muitos de ter uma moradia. Com o passar do tempo, os moradores sempre almejaram melhorias no bairro por parte do Poder Público, mas, muito pouco foi feito.

As casas do residencial fazem parte do Programa Minha Casa Minha vida do Governo Federal. Atualmente o bairro é um dos mais afastados de Guaxupé. Os moradores ficam praticamente isolados de tudo. Na localidade não possui, por exemplo, posto de saúde, unidade escolar e creche, ou seja, o básico para manter a comunidade assistida já que tudo fica tão longe.

Segundo a líder comunitária, Juzelha Rocha, quem mora no bairro e precisa de assistência médica é encaminhado para a Unidade Básica de Saúde Central, no Jardim Planalto, à cerca de 4 km do Vale Verde. Ela foi informada que quando a UBS do Ouro Verde ficar pronta, os moradores do bairro serão direcionados para lá.

Relatos dão conta que mães precisam percorrer todo Anel Viário a pé para deixar os filhos no Caic, no Parque dos Municípios, um percurso de cerca de 6 km, pelo acostamento da via movimentada por caminhões.

Localizado às margens da MG-450, o bairro possui apenas uma via de entrada e saída, para muitos que não possuem meio de transporte, acaba tornando o percurso mais longínquo. Para que mora na parte baixa, já próximo à rodovia, uma alternativa é pela rotatória feita para dar acesso a um condomínio de alto padrão. Algo curioso, é que o dispositivo de acesso foi construído no ano passado, por muito pouco, poderia ter sido feito outro acesso para o bairro Vale Verde. Esta seria uma solução para quem mora por lá.


Acesso improvisado pelos moradores – Foto: Lucas Araujo

Para o lazer, o bairro possui uma quadra de esportes sem cobertura, duas academias ao ar livre e praças, aparentemente, abandonadas. O mato alto caracteriza a falta de manutenção do local pela prefeitura.


Falta manutenção nos locais de lazer – Foto: Lucas Araujo

Outro problema enfrentado pelos moradores é escassez de transporte público. Muitos que dependem do serviço relatam demora pelo coletivo e ficam horas esperando o ônibus. “Transporte circular é uma vergonha! Só passa de duas em duas horas, das 6h20 da manhã até às 18h. No sábado só passa uma vez no dia e no domingo não passa nenhuma”, disse a moradora.

Uma outra problemática vivida por quem mora no Vale Verde é o mau cheiro da estação de esgoto que toma conta do bairro. “Lá embaixo é um mau cheiro para o pessoal que mora lá perto [da estação] e as vezes no bairro inteiro e ninguém faz nada, nem Copasa, nem ninguém todo mundo vem e não faz nada”, desabafou.