Guaxupeana dá dicas de segurança para mulheres nas redes sociais
A criadora de conteúdo mineira Juliana Infante, 26 anos, decidiu usar as redes para ajudar outras mulheres que, assim como ela, deixaram a casa dos pais para morar sozinhas.
Exausta de tanto enfrentar situações de insegurança no dia a dia por ser mulher, a criadora de conteúdo mineira Juliana Infante, 26 anos, decidiu usar as redes para ajudar outras mulheres que, assim como ela, deixaram a casa dos pais para morar sozinhas.
No início, suas postagens falavam de autoestima e feminismo, mas, depois de algum tempo, ela resolveu publicar um vídeo dando dicas de segurança ao voltar para casa e a postagem viralizou. Hoje Juliana compartilha em suas redes sociais dicas práticas para o público feminino evitar situações de violência e insegurança ao andar na rua à noite, estando desacompanhada em casa ou apartamento, durante as viagens e em outras situações.
Natural de Guaxupé, ela conta que antes mesmo de sair da casa da mãe já havia tido a residência roubada e foi a partir daí que começou a adotar algumas medidas para evitar essas situações. "Minha mãe falou para trocarmos todas as fechaduras e colocarmos uma chave tetra. Depois disso, fui ganhando uma noção de cuidado", conta.
A identificação por parte de outras mulheres foi imediata. "Comecei a ver mulheres curtindo e comentando o conteúdo e vi que os vídeos que mais tinham demanda eram esses em que eu falava sobre segurança", diz. Atualmente, ela já soma pouco mais de 300 mil seguidores apenas no TikTok.
De Minas Gerais para a capital paulista
Quando se mudou de Minas para São Paulo, a jovem foi morar sozinha na zona oeste da capital paulista e, diferentemente da cidade pacata em que vivia, o novo endereço deixou-a um pouco mais alerta em relação aos episódios de violência.
Por causa disso, ela sempre tomou o máximo de cuidado e, logo que se mudou, trocou itens básicos dentro do apartamento. Segundo ela, pode parecer "a mais", mas certas medidas fazem toda a diferença e podem até evitar a morte.
Juliana conta que, sempre que se muda para uma casa ou apartamento novo, em que ela não é a primeira moradora, uma das principais iniciativas é trocar todas as fechaduras e colocar uma entrada para chave tetra — que tem formato diferente das convencionais e são mais difíceis de abrir. "A gente não sabe quem morou lá antes, se alguém ainda tem a chave ou não", diz.
Quando é uma casa, ela coloca grades nas janelas para evitar a entrada de estranhos e possíveis assaltos. Questionada se já ouviu que tudo isso é exagero, ela ressalta que a maioria dos comentários é feita por homens. "Já ouvi dizer se quero tudo isso é melhor eu ir morar em um banco", conta.
Ela ressalta ainda que as dicas não são para assustar as mulheres, e sim oferecer mais uma alternativa de segurança a elas quando forem morar sozinhas.
Câmera de segurança e outros macetes
Além dos vídeos sobre morar sozinha, ela também produz conteúdos que abordam dicas gerais de segurança para mulheres. Em uma das postagens, ela recomenda que, ao passar por uma câmera de segurança, a mulher mostre o rosto. Dessa forma, caso aconteça algo, será fácil comprovar que esteve ali. Além disso, é fundamental avisar algum contato, como mãe, pai ou responsável, sobre sua localização.
Outro vídeo que também repercutiu foi um em que ela dá dicas práticas para mulheres que vão dormir sozinhas. Na postagem, há informações sobre deixar a luz acesa e não colocar o lixo para fora de casa à noite, caso esteja desacompanhada. Só nesta publicação, o conteúdo já tem quase 350 mil curtidas.
Desde que começou a postar vídeos com essas informações, ela afirma que os feedbacks foram positivos. "Uma vez uma seguidora me disse que as minhas dicas já a livraram de cinco assaltos", relata.
Inspiração vem do dia a dia
Mesmo não tendo passado ou vivenciado todas as situações de insegurança relatadas em seus vídeos, ela conta que quando não tem mais ideias de postagens, boa parte das pautas vem de amigas e de outras seguidoras.
"Existem situações que nunca vivenciei, mas tem mulheres que dão dicas ou que pedem e eu vou atrás. Uma vez uma delas me pediu sugestões de segurança para quem mora em sítio sozinha. Eu sempre estou aprendendo", conta.
Contudo, ela deixa claro que não é especialista em segurança e faz todas as postagens com base em suas vivências e de pessoas do seu convívio. "Não sou uma policial ou a salvadora da pátria. Gosto de deixar bem claro para as pessoas não confundirem. Estou sempre aprendendo e formando essa comunidade de mulheres que moram sozinhas."
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