Para que servem as tempestades?

Para que servem as tempestades?

A vida é como um imenso oceano, e ninguém atravessa o oceano da vida sem ter que lidar com algum tipo de tempestade. Embora a nossa tendência natural seja fugir de problemas, desviar de tempestades, o Evangelho de Marcos 6,46-50 nos convida a ser realistas e a tomar consciência de que Jesus veio ao mundo não para impedir que as tempestades nos atinjam, mas para nos ajudar a lidar com elas, a atravessá-las e a prosseguir a nossa travessia neste mundo.

Quais tempestades as famílias enfrentam hoje? Em algumas famílias, a tempestade é a própria ausência do pai – ele está preso, ou foi morto, ou nunca se fez presente. Em outras famílias, a tempestade é a presença nociva do pai alcoólatra, viciado em droga, violento etc. E não são poucas as tempestades que atravessam a alma do pai: o desemprego, o salário cada vez mais diminuído, a constante ameaça de perda do emprego, o medo de não conseguir educar os filhos ou mantê-los longe das drogas, a angústia em relação ao futuro, a constante exposição à violência etc.

O Evangelho de Marcos 6,45-52 é muito claro: o lugar da Igreja de Jesus Cristo, o lugar de quem quer que deseje ser reconhecido como discípulo de Jesus Cristo, é junto das pessoas que estão enfrentando tempestades como a doença, o luto, o desemprego, a violência, a fome, as drogas, a depressão, a angústia, o medo, a falta de sentido etc.

O que Deus pode estar querendo te dizer no meio da tempestade pela qual você passa agora? Do meio da tempestade, Jesus disse aos discípulos: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,27). “Sou eu”; ‘Eu estou aqui, com você!’ Coragem! Não seja uma pessoa fraca na fé. Fortaleça-se na fé! Enfrente o que você precisa enfrentar! Aprenda com a adversidade. Compreenda que aquilo que te desafia é também aquilo que te transforma! Quem não enfrenta desafios não cresce, não amadurece, mas permanece infantil, fraco e imaturo diante da vida. Todo desafio é também uma oportunidade para você se transformar numa pessoa melhor’.

 

No meio da noite, da escuridão, da tempestade, os discípulos viram Jesus andando sobre o mar agitado, vindo ao encontro deles. Era “pelas três horas da manhã...” (Mt 14,25). Para alguns cristãos, a oração das três horas da tarde é a oração das causas difíceis, enquanto que a oração das três horas da manhã é a oração das causas impossíveis. Quando nos parece impossível atravessar os ventos contrários e prosseguir com a nossa vida, Jesus nos diz: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,27). ‘Não se curve diante do vento!’

            O problema é que nós temos uma dificuldade enorme em ouvir Deus nos falar no meio da nossa tempestade.

            Uma árvore que cresce enfrentando ventos contrários tem o seu tronco fortalecido e suas raízes fincadas no mais profundo da terra. Por isso, ela dificilmente tomba quando os ventos sopram contra. Se não queremos tombar diante das contrariedades da vida, precisamos ter nossas raízes fincadas em Deus, o que significa desenvolver um relacionamento com Ele marcado pela profundidade e não pela superficialidade.