PESSOAS DESORIENTADAS PODEM ORIENTAR ALGUÉM?

PESSOAS DESORIENTADAS PODEM ORIENTAR ALGUÉM?

As redes sociais fizeram surgir um novo tipo de “pessoa” e até mesmo de “profissional” no mundo todo: o “influencer”, isto é, o influenciador. Normalmente, o influencer tem milhões de seguidores nas redes sociais, sobretudo no Instagram. Entre as onze pessoas mais influenciadoras do Brasil estão: 1º. Neymar Jr (jogador de futebol, com 169 milhões de seguidores); 3º. Anitta (cantora, com 59 milhões de seguidores) e 4º. Whindersson Nunes (humorista, com 57 milhões de seguidores).

Quem você segue nas redes sociais, sobretudo no Instagram? Por que você segue essa pessoa? O que ela inspira em você? Ela influencia você para o bem ou para o mal? Para uma vida autêntica ou para uma vida fútil, vazia e de mera aparência?

Jesus também foi um grande influenciador de pessoas. Mas ele fez um alerta muito importante a respeito dos influenciadores, a respeito daqueles que são seguidos diariamente por milhões de pessoas nas redes sociais: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?” (Lc 6,39). Como é que uma pessoa que sempre teve atitudes malignas, negativa, do mal, nos seus relacionamentos pode aconselhar alguém que está com problemas no seu relacionamento? Como é que uma pessoa fútil e vazia pode aconselhar alguém que está buscando um sentido para a sua vida? Como é que uma pessoa que sempre foi incapaz de lidar com a dor pode aconselhar alguém que está sofrendo? Como é que uma pessoa que não tem uma religião definida e ou que costura retalhos espirituais, misturando doutrina católica com doutrina evangélica, espírita, umbandista, budista, islâmica etc., pode ajudar alguém a se encontrar com o Deus vivo e verdadeiro, revelado nas Sagradas Escrituras?

Muitas pessoas estão caminhando na direção de um buraco, ou mesmo de um abismo, porque estão seguindo cegos, deixando-se influenciar por pessoas desorientadas, por influenciadores que trocaram a busca pela verdade pela busca pela fama; pessoas preocupadas com a estética, mas não com a ética; pessoas para as quais valores como honestidade, decência, humildade, fidelidade, simplicidade não significam absolutamente nada.

O sucesso de muitos influenciadores que são cegos guiando cegos se deve ao fato de sermos um País que favorece a ignorância e a preguiça de pensar. Em lugar de leitura de bons livros, joguinhos eletrônicos e séries; em lugar de filmes de qualidade que levem à reflexão, pornografia ou jogos de futebol; em lugar de letras de músicas que edificam, barulho eletrônico que propagam palavrões e agressões, tornando a violência "normal". E a verdade é que cada um se alimenta daquilo que tem fome: enquanto a maioria das pessoas se alimenta de coisas estragadas, envenenadas, intoxicadas, uma minoria rejeita esse tipo de lixo e busca alimentar-se de coisas que edificam.    

Nós que estamos à frente da Igreja, estamos cegos de nossos pecados e condenamos o outro, julgando, difamado? Será meu Deus?

Nós somos cegos, aliás, somos mais cegos do que muitos que estão do lado de fora, que não julga o outro e segue em frente com suas limitações. Não podemos achar que somos melhores do que os que não tem região, se nós fazemos tanta fofoca. O que adianta eu ir à Igreja, participar da Missa, dizer que ama o próximo e agir de forma diferente? Caluniando?  

Nossa consciência precisa funcionar como um filtro. Diante de tudo o que eu vejo, leio e ouço, preciso me perguntar se aquilo me edifica ou não, se aquilo contribui para a minha saúde ou para me adoecer mental e emocionalmente; se aquilo que aproxima de Deus ou me distancia d’Ele. O Eclesiástico afirmou que “o fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem” (Eclo 27,7). O fruto do qual estou me alimentando, ao ouvir palavras e ao ver imagens, é um fruto saudável ou doente, estragado, intoxicado? Do que eu tenho me alimentado nas redes sociais? Eu filtro as palavras e as imagens que todos os dias chegam a mim, ou engulo tudo como se eu fosse um esgoto?

Hoje a gente não filtra as informações e jogamos e julgamos, sem saber se é certo ou errado aquele fato. É prazeroso para você e para mim ver o irmão na fogueira? Aliás, você é Deus para julgar, para tirar o cisco do olho do seu irmão? Jesus nos convida, antes, a fazer um exame de nós mesmos: “Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? (Lc 6,410.