Quem dá a palavra final?
Até que ponto a flexibilidade gerencial dos setores públicos é vantajosa para a população em geral? Dentro da máquina pública, o gestor municipal (prefeito) tem o poder de dar as suas cartadas finais, mas daí existem as ramificações que ajudam tal gestor em suas decisões. Essa engrenagem precisa de muito cuidado, quando uma peça sai e tenta trabalhar sozinha, o mecanismo não funciona. Dar autonomia a uma das peças é extremamente perigoso.
Se estamos falando de ramificação − a parte de um todo que se divide −, por exemplo, se cortarmos um tronco de uma árvore da sua raiz, estamos interrompendo a chegada de nutrientes a seus galhos e folhas, fazendo com que sua sobrevivência seja mínima. Dar autonomia em uma ramificação é igual ter duas pessoas em uma canoa remando para lados opostos, não sai do lugar.
Um bom funcionamento do mecanismo cabe a interdependência, as ramificações tomam decisões, trazem ideias, mas não tem poder de dar a palavra final. Gestores municipais não devem falar que confiam de olhos fechados em suas engrenagens, o problema aparece no futuro. No fim, tudo vai ficando desordenado, a cidade e a população vai perdendo.
O povo escolheu nas urnas prefeito e vice-prefeito para tomar as decisões e dar rumo ao município, mas não para um ou outro que se acha no direito de mandar e desmandar. Essa conjuntura, associada a baixa capacidade, debilita toda a estrutura pública.
Muitas vezes, todo início desse contexto acontece lá no começo, lá nas campanhas eleitorais, aquelas famigeradas trocas de favores, um verdadeiro câncer. Muitos gestores comem na mão de seus cargos de confiança por conta disso e baixam a cabeça na hora de tomar as decisões. A gravidade disso reflete na máquina pública, com a má gestão, onde por trás existem pessoas mal intencionadas, com ego inflado, falta de capacidade, enquanto isso, o gestor-mor prefere brincar de campo minado de olhos fechados.
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