“Quem não deve, não teme”
Alguém já utilizou ou já ouviu a expressão “quem não deve, não teme” muito utilizada para justificar uma pré-culpa. A Câmara de Guaxupé tomou uma decisão crucial para a transparência: a aprovação de dois pedidos de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Santa Casa de Guaxupé e o Pronto-Socorro municipal. Os pedidos contaram com a assinatura de quase todos os vereadores, exceto de João Fernando, cuja omissão é, no mínimo, estranha.
A decisão de investigar o Pronto-Socorro não é apenas uma formalidade burocrática. Trata-se de uma resposta urgente às denúncias de omissão, negligência e má gestão que vêm assolando a saúde pública de Guaxupé. Entre os pontos destacados estão a demora no atendimento, a falta de exames diagnósticos essenciais, a má aplicação do protocolo de Manchester e, tragicamente, casos de mortes possivelmente resultantes dessas falhas, como a de uma criança e a jovem Franciele Luiza.
Além disso, há sérias dúvidas sobre o uso dos repasses financeiros feitos pela Prefeitura para as reformas do Pronto-Socorro. A falta de prestação de contas só agrava a suspeita de irregularidades e desrespeito com o dinheiro público, que deveria ser investido em melhorias para a população. A investigação dessas questões é essencial para garantir a transparência e a eficácia no uso dos recursos.
A ausência da assinatura de João Fernando nos requerimentos das CPIs é, portanto, uma afronta àqueles que esperam respostas e justiça. Em um momento em que a confiança nas instituições públicas é fundamental, a recusa em apoiar uma investigação tão necessária levanta sérias dúvidas sobre suas prioridades e seu compromisso com a população. Por que um representante eleito para zelar pelos interesses do povo escolheria se abster de um processo que visa justamente esclarecer e corrigir problemas críticos na saúde pública?
O silêncio de João Fernando contrasta com a dor das famílias que perderam entes.
Ao não assinar os pedidos de CPI, João Fernando não apenas se distancia das responsabilidades que lhe foram conferidas pelo voto popular, mas também desrespeita as vítimas e suas famílias, que clamam por respostas e justiça.
Espera-se que a Comissão Parlamentar de Inquérito aja com diligência e imparcialidade, trazendo à tona a verdade sobre as denúncias apresentadas. A transparência, a justiça e o compromisso com a vida devem sempre estar acima de qualquer interesse pessoal, político e profissional. Que esta CPI seja um passo decisivo nesse caminho.
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