Bobos da corte ainda existem
Você já deve ter assistido algum desenho animado ou filme que tinha aquele personagem engraçado, trajando roupa nas cores vermelho e azul, com sininhos na cabeça. Este foi um personagem real que existiu nas cortes medievais europeias. Sua finalidade era fazer a nobreza rir, com suas piadas, mimicas e imitações. Eles recebiam o nome de bobo da corte. Sua função também era imitar as pessoas, contar histórias “sem pé nem cabeça”, mas que faziam refletir sobre a incongruência e a subjetividade do ser humano.
O bobo era um personagem comum nas peças de William Shakespeare. O Bobo Shakespeariano tinha uma aparência ingênua e inconsequente, de língua afiada. Outro exemplo, no tempo da Rainha Elizabeth, ela costumava ter um bobo muitas vezes usado tanto nas comédias quanto nas tragédias. Em outrora, este personagem era bem comum e hoje será que eles ainda existem? Posso te confirmar que sim, mas alguns mudaram os trajes por ternos e gravatas.
Aqui em Guaxupé, ele bate o ponto em um prédio imponente, na Conde Ribeiro do Valle, tem papel de grande relevância, mas inverteu seu papel de nobreza pelo do bobo. Ele faz seus funcionários rirem e ainda aplaudem. Aquele velho puxa-saquismo, defendendo suas atitudes esdruxulas com unhas e dentes. Estas pessoas rir sem entender que estão rindo de si mesmas. São situações ridículas e claras, até mesmo no meio de uma dor, só não ver quem não quer.
Lembra que o bobo também tinha a função de fazer refletir? Pois bem, precisamos fazer um exercício de reflexão. Sabemos que na vida não devemos levar tudo muito a sério. Como muitos dizem que o bobo da corte guaxupeano gosta de brincar com todos, é sempre muito brincalhão, mas existe lugar e circunstâncias para fazer piadas ou mostrar o dedo do meio.
Por aqui, ele é um personagem importante para a cidade, suas ingênuas e toscas atitudes reverberam em todos, nos fazendo pensar: já que ele tem o poder nas mãos, deve fazer tudo na brincadeira. Devemos lembrar também que ele é a própria imagem da cidade por onde passa, ou seja, enquanto o bobo estiver no poder, não seremos levados a sério.
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