Búfalas de Brotas: Justiça condena fazendeiro acusado de maus-tratos contra mais de mil animais
A Justiça condenou o pecuarista Luiz Augusto Pinheiro de Souza, acusado de deixar em situação de maus-tratos, sem água e comida, mais de mil búfalas na Fazenda Água Sumida, em Brotas, em novembro de 2021. Atualmente os animais estão em Cunha, no Vale do Paraíba.
Na sentença, o juiz Sérgio Lazzareschi de Mesquita decidiu que o réu vai cumprir penas de três anos, sete meses e 10 dias de detenção no regime inicial semiaberto, e um ano de reclusão, também em semiaberto. Além disso, está previsto pagamento de multa.
Apesar da condenação, o juiz informou na sentença que Luiz Augusto poderá recorrer da decisão em liberdade. A defesa do réu não se manifestou.
Ainda na sentença, o juiz decretou “o perdimento dos animais apreendidos”. Ou seja, os animais passam a pertencer às 3 ONGs que cuidam das búfalas atualmente.
“O mal causado pelos delitos, portanto, diante de sua magnitude, transcenderam, em muito, ao resultado típico normal. A extrema crueldade com que o réu agiu, privando os animais de alimentos e água por longo período, deixando vários deles agonizando em local totalmente inadequado, sem pastagem e expostos ao sol, são circunstâncias que também tornam a conduta evidentemente mais grave”, disse o magistrado.
Na decisão, o juiz ainda absolveu outros réus: Antônio Virginio da Silva e Rui Chichinelli (funcionários da fazenda Água Sumida), Rinaldo Ferrarezi (policial militar da reserva - segurança) e Miguel Arcanjo Valencise (médico veterinário).
Relembre o caso
Em novembro de 2021, após denúncias, a Polícia Ambiental encontrou mais de mil búfalas em situação de abandono em uma fazenda de Brotas. De acordo com a polícia, os animais estavam em péssimas condições, sem comida e água. Pelo menos 22 deles já estavam mortos.
Voluntários se mobilizaram para cuidar dos animais. Pelo menos 98 carcaças de búfalos foram localizadas e desenterradas por peritos da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) na fazenda. O relatório final da perícia ambiental concluiu que as búfalas passaram por mais de um período de estresse, sem alimento e água.
O pecuarista Luiz Augusto Pinheiro de Souza, dono da fazenda Água Sumida, foi denunciado pelo crime de maus-tratos contra pelo menos 991 búfalos e cavalos vivos, além de 137 animais que morreram ou foram encontrados mortos. Também foi denunciado por ameaça, falsificação de documentos e falsidade ideológica.
Fonte: G1
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