A missão da Igreja e o papel do discípulo é evangelizar
“Naquele tempo, Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus, para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Estes são os nomes dos 12 apóstolos. Primeiro, Simão Pedro e seu irmão André; Tiago e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus; Tiago, filho de Alfeu e Tadeu; Simão, o Zelota e Judas Iscariotes” (Mt 10,1-7).
Deus tem seus caminhos para escolher seus seguidores. Quando Deus escolheu Davi para fazê-lo rei de Israel, o Senhor já alertava Samuel, quando este queria escolher o irmão de Davi: “Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, nem pela sua alta estatura… O que o homem vê não é o que importa, o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração“! (I Sm 16,7)
Não podemos compreender jamais as escolhas de Deus. Não podemos criticar quem Ele resolve chamar a segui-lo. Ele é quem sabe o porquê da escolha, do chamado, do envio. Quantas vezes criticamos os servos e servas que estão em nossas Igrejas? Quantas vezes questionamos o nosso chamado: porque eu, Senhor?
Jesus chama pessoas que a gente não concorda em estar na Igreja. Isto acontece na comunidade, daí questionamos por que o Padre chamou aquela pessoa para ser ministra da Eucaristia, porque o Padre chamou aquela pessoa para ser coordenadora daquela pastora, daquele movimento. Enfim, ficamos colocando rótulos nas pessoas. Devemos lembrar que é Deus que chama, você que atua na Igreja, Você é escolha de Deus, o outro também é escolha de Deus, porque então, eu não quero acolher o outro também, ajudá-lo e dar nossas mãos para caminhar juntos?
Qual a dinâmica que Jesus teve para escolher os 12 discípulos? É interessante, que Jesus escolheu sem preconceitos, diferente de nós que temos tantos preconceitos e rotulamos tudo e todos, e guardamos no coração o que de ruim a pessoa fez no passado, e achamos que pelo erro do passado, elas não merecem o amor de Jesus no presente, agimos assim infelizmente.
Você é escolha de Deus, como aquela pessoa, que você não aceita na pastoral com você, aquela pessoa que vai ler na missa, e você não gosta, ou mesmo um ministro que está dando eucaristia, e você pula de fila, para não receber das mãos dele, não esqueça que foi Deus que o chamou, portanto, não julgue, apenas ame, e respeitemos a escolha de Deus, que chama não os santos, mas os pecadores, para mostrar ao mundo que tem facilidade de julgar e condenar, que a partir do momento que o amor de Deus mora em nós, nos tornamos pessoas novas independente dos pecados que cometemos no passado.
No Evangelho (Mt 10,1-7), Jesus chama seus discípulos e os envia às pessoas para libertá-las dos males. E quais eram os males?
Todos nós somos inúmeras vezes envolvidos pelos males, os mesmos que Jesus exorcizou em sua tentação no deserto. Vejamos: a riqueza, o poder, a soberba. Todos esses, com suas versões contemporâneas, levam o ser humano a ser opressor, egoísta e, profundamente infeliz. Podemos constatar isso através de notícias atuais e até de nossa própria experiência.
O mal e a injustiça que tanto ferem a humanidade jamais vão nos receber de braços abertos; pelo contrário, vão combater contra nós, na esperança de nos fazer desistir. É aí que entra o conselho de Jesus: devemos sacudir a poeira dos pés, no sentido de não nos deixar contaminar pelo desânimo e pelo pessimismo só porque não fomos acolhidos em nossa tentativa de ajudar determinada pessoa. Ainda que nossas intenções sejam as melhores, precisamos contar com o fato de que nem todos os doentes querem ser curados de suas doenças, assim como nem todos os prisioneiros querem ser libertos de suas prisões...
“Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6,12-13). Nós nos tornamos uma humanidade mentalmente adoecida, exposta aos ataques de “demônios” como a depressão, o pânico, a esquizofrenia, a angústia, a ansiedade, orgulho, a soberba e o egoísmo e etc. Cultivamos, muitas vezes, ódio e até vinganças mentais dentro de nós. O poder que Jesus quer nos dar é para expulsarmos os espíritos perversos, causadores de intrigas e confusões.
Ser missionário é ser forte na fé, pois terás sempre em seu caminho pedras, onde devemos ter a sabedoria de contornar e seguir em frente. “Devemos ser como a água de um rio, que diante de uma pedra, contorna-a, e segue em frente”.
Ao enviar os Doze, Jesus “recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura” (Mc 6,8). O cajado, e também para defender-se de animais selvagens. Em outras palavras, significa que estejamos totalmente livres e não amarrados a bens materiais; caso contrário, a preocupação com os bens materiais pode nos roubar a liberdade e a disponibilidade para a missão. Jesus nos quer livres de interesses humanos, não presos a ninguém, nem nos apoiando em garantias humanas que supostamente garante o sucesso da missão. Apoiando-nos unicamente na graça de Deus.
A sandálias, uma túnica e um cajado vai dizer da prontidão do discípulo no anúncio do Evangelho. As sandálias também dizem da necessidade de uma Igreja em saída, uma Igreja que pise o pó da terra onde estão espalhados os filhos de Deus sedentos de escutar a Palavra do Senhor. A túnica é a veste da cotidianidade. Não se espera feitos extraordinários, ocasiões especiais para promover a evangelização. A evangelização acontece de segunda a segunda, nas diversas situações e lugares onde nós estamos.
Quanto não levar pão, sacola e dinheiro. Significa aparentemente, coisas que são essenciais, mas não podemos nos agarrar as nossas seguranças.
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