Assessor Parlamentar: Manifestante faz novo pedido para uso da tribuna na Câmara de Bariri para questionar criação de cargo comissionado

O agricultor Marcelo Gonçalves de Oliveira protocolou, nesta semana, um novo pedido para usar a “Tribuna Livre” na Câmara Municipal de Bariri na sessão ordinária marcada para a próxima quinta-feira, 06 de março, às 20h.
A Tribuna Livre é um espaço democrático com duração de 10 minutos, que permite a qualquer cidadão requerer a palavra. O objetivo é que os cidadãos possam expressar suas opiniões e reivindicar interesses da comunidade.
A primeira tentativa de Marcelo em usar a tribuna foi negada pelo presidente da Câmara na sessão anterior; Ricardo Prearo disse que o solicitante queria “tumultuar a sessão”. Leandro Gonzalez (Avante) e Myrella Soares (União Brasil), saíram publicamente em defesa do agricultor, contestando a decisão de Prearo.
Marcelo foi um dos manifestantes que compareceu última sessão legislativa para protestar contra a criação do cargo de assessor parlamentar, projeto da mesa diretora aprovado por maioria de votos.
Com o aval de Daniel Madureira (PP), Aline Prearo (Republicanos), Laudenir Leonel (PL), Roni Romão (PL) e Ricardo Prearo (PSD) – que deu o voto de minerva após empate em 4 a 4 – o polêmico cargo foi criado em uma sessão marcada por forte tensão. Foram contrários ao projeto de lei os vereadores Leandro Gonzalez; Myrella Soares, Gilson de Souza Carvalho (PSB) e Rubens Pereira dos Santos (PSD).
“Com o voto decisivo do presidente da Câmara, foi aprovada a criação de um cargo comissionado para assessorar o grupo de cinco vereadores, mesmo já existindo um cargo de auxiliar concursado. Quanta irresponsabilidade com o dinheiro público! Em tempos de se colocar a cidade em ordem, há a preocupação de atender os interesses de um grupo às custas do dinheiro do povo”, publicou Leandro.
Protocolado segunda-feira (24), o novo requerimento de Marcelo diz que ele pretende falar justamente sobre a criação do cargo comissionado de assessor parlamentar. Até o fechamento desta edição, mesmo tendo-se passado mais de uma semana da data de criação do cargo, ninguém foi nomeado pelo presidente para ocupar a função.
Quanto o futuro assessor vai ganhar?
Na última sessão ordinária, foi aprovada ainda a resolução que fixa remuneração ao cargo de assessor parlamentar. Também de autoria da mesa diretora, a matéria diz que o nomeado receberá de salário “o valor constante do padrão 24 da Tabela de Vencimentos do Poder Legislativo prevista na Lei Municipal n° 5.259/2023”.
Conforme a Tabela de Vencimentos (padrão 24), o salário inicial do assessor, pelo período de três anos, será de R$ 2.410,76 (dois mil, quatrocentos e dez reais e setenta e seis centavos).
Além da remuneração, o assessor também receberá vale alimentação no valor de R$ 1.100,00. Ou seja, o cargo criado custará mensalmente à Câmara Municipal, o valor de R$ 3.510,76 (três mil, quinhentos e dez reais e setenta e seis centavos).
Cargo foi “ressuscitado” após as Eleições 2024
A possibilidade de retorno do cargo de assessor parlamentar voltou à tona logo após o resultado das eleições municipais 2024. Nos bastidores, correu a informação que um grupo político, cujo candidato a prefeito foi derrotado nas urnas, se moveu para “ressuscitar” a função, com o objetivo de nomear alguém ligado ao grupo para o emprego comissionado – fator que garantiria certa interferência no Poder Legislativo. A suposta manobra foi vista como uma espécie de apadrinhamento político, gerando muita polêmica.
Na última sessão de 2024, quando o cargo foi extinto por maioria de votos, o ex-vereador Evandro Folieni (PP) deu nome aos bois, garantindo que Edcarlos Santos (PP) não seria nomeado assessor parlamentar em 2025. Edcarlos foi um dos nomes apontados, nas conversas de bastidores, como possível candidato ao cargo. O ex-vereador, no entanto, nunca confirmou o rumor e, atualmente, é presidente da Associação Cultural Quilombo.
Um outro nome ligado ao grupo político de Edcarlos também foi apontado nas conversas de bastidores: Wagner Brasil, Presidente do Solidariedade Bariri. Da mesma forma, a informação nunca foi confirmada por Wagner e, portanto, continua sendo um rumor.
Nossa reportagem entrou em contato com Wagner Brasil questionando a suposta nomeação, mas ele não retornou nosso contato.
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