O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO; COISAS (INFELIZMENTE) DA POLÍTICA

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO;  COISAS (INFELIZMENTE) DA POLÍTICA

Com a retirada da gestora, Denise Sgavioli, da Santa Casa, foi possível o prefeito implantar seu plano político e abrigar seus “novos” companheiros. Novos, por quê? Porque três favorecidos com as novas mudanças eram de grupos contrários ao prefeito.
Irene pertencia ao grupo do ex-prefeito Neto Leoni, inclusive, foi também Diretora de Saúde dele; Grigolin e Evandro Folieni, disputaram a eleição no palanque de Maria Pia. Pertencem ao chamado “grupo oculto”. Fico aqui pensando nos companheiros e companheiras que lutaram na campanha para eleger o atual prefeito. O que estão achando de tudo isso? 
Bem, Abelardinho, parece-me, não está preocupado com isso. A Irene não chega com o peso de ser bancada com salário vindo das urnas. É funcionária de carreira e sempre desenvolveu um bom trabalho nos setores pelos quais passou, independentemente do prefeito que está na cadeira. 
Diferentemente, já o novo Chefe de Gabinete, Grigolin, chega trazendo na bagagem os efeitos de um vídeo da campanha passada, que voltou a circular nas redes esta semana, após sua nomeação, no qual afirma que Abelardinho é paraquedista e que só tem palavras vazias; e as acusações duras do vereador Edcarlos na última sessão camarária, de que teria traído o grupo de oposição por interesses próprios, desvendados agora, já na escolha do Presidente da Câmara. Mas isso não é surpresa diante de um costume brasileiro que aposta no esquecimento do povo e na normalidade da antiética na política. 
Evandro Folieni retorna à Câmara Municipal trazendo o freio do Executivo, já que vai esquentar a cadeira graças a manobra do prefeito em nomear Grigolin para o cargo no Gabinete. Aí está o x da questão: um vereador que não terá, em tese, a liberdade para exercer suas funções legislativas com a independência que a lei manda. Embora destacou em seu primeiro discurso: “Não tenho ideologia política. Tenho compromisso com o meu povo”, será difícil, na prática, honrar essas palavras. E deixa isso claro no final do discurso quando emenda: “Prefeito Abelardo, muito obrigado, temos dois anos, ainda. Estou com você”. 
Tudo isso soa muito estranho para quem foi eleito no palanque oposto. Supõe-se que seus eleitores queriam uma postura de oposição linha dura na fiscalização ao Executivo. Ver um candidato que foi eleito para ser vereador sair para ser secretário e outro também de oposição, convertendo-se ao reverencianismo ao Executivo, é como você passar uma procuração para alguém conduzi-lo numa área clara e te levarem para uma escura. 
Bem, só resta esperar para vermos como os 627 eleitores dos dois (Grigolim e Evandro), vão digerir tudo isso nas urnas em 2024.