"A pressa é inimiga da perfeição"

A tragédia em Fidenas, ocorrida no ano 27 d.C., envolveu o colapso de um anfiteatro ao nordeste de Roma durante um evento de lutas de gladiadores. O desastre resultou em milhares de mortos e feridos. A construção foi realizada por um liberto chamado Atílio, que usou materiais inadequados e não seguiu procedimentos de segurança.

Atílio estava motivado apenas pelo lucro, sem se preocupar com a segurança da construção. O anfiteatro foi erguido em um terreno instável e o madeiramento não foi devidamente seguro, levando ao desabamento da estrutura para dentro e para fora, causando grande destruição entre a multidão e a população vizinha.

Esta tragédia foi um exemplo das consequências catastróficas da busca por lucro sem preocupação com a segurança e o bem-estar público.

A história nos lembra que atalhos apressados frequentemente levam a problemas de longo prazo. Este fato é um alerta oportuno para o Executivo e Legislativo de Guaxupé, que agora enfrentam uma questão crucial em torno do projeto de alteração de parcelamento de solo.

O Ministério Público enviou um ofício à Câmara de Guaxupé, levantando sérias preocupações sobre o projeto, que propõe mudanças significativas no ordenamento urbano do município.

É desconcertante pensar que um projeto com tantas implicações esteja sendo tratado com tamanha pressa. A pergunta que surge é: o que há por trás dessa urgência? Por que o Executivo está apressando a aprovação de um projeto tão complexo? A cidade de Guaxupé, tal como o Atílio, pode acabar pagando um preço alto se não for cautelosa.

Mudanças urbanísticas não são apenas linhas traçadas em mapas ou palavras em documentos. Elas têm impacto real e duradouro na vida dos cidadãos. Este é um alerta que o prefeito Dr. Heber e seus aliados no Executivo não podem ignorar.

Como um velho ditado diz, "a pressa é inimiga da perfeição". Qualquer tentatifva de acelerar a tramitação do projeto sem análise aprofundada e participação pública é uma receita para o desastre. É como construir uma ponte com madeira podre, condenando-a ao colapso.

O fato de o Ministério Público ter solicitado uma revisão completa e minuciosa é um forte indicativo de que algo pode estar errado. Como promotor de justiça, Dr. Cláudio Luiz Gonçalves Marins enviou um claro sinal de alerta ao pedir uma análise mais profunda e sugerir a suspensão temporária do projeto para maior escrutínio.

O futuro de Guaxupé está em jogo. A cidade não pode se dar ao luxo de construir anfiteatros frágeis. A pergunta que fica é: qual caminho Guaxupé escolherá? O do diálogo e da cautela, ou o da pressa e do risco?