Assessor Parlamentar: Leandro, Myrella, Gilson e Rubinho sugerem “apadrinhamento político” ao explicarem porque são contrários à criação do cargo na Câmara de Bariri

Assessor Parlamentar: Leandro, Myrella, Gilson e Rubinho sugerem “apadrinhamento político” ao explicarem porque são contrários à criação do cargo na Câmara de Bariri

A mesa diretora antiga extinguiu; a nova mesa diretora recriou. Extinto na última Sessão Ordinária de 2024, o polêmico cargo comissionado de Assessor Parlamentar voltou a ser assunto na Câmara Municipal de Bariri. Um projeto de lei proposto pela mesa diretora (Ricardo Prearo, Daniel Madureira e Aline Prearo), que recria o cargo de assessor, foi lido na ordem do dia da sessão desta segunda-feira (03). 
A matéria só não foi votada nesta semana por conta de um requerimento verbal manifestado por Leandro Gonzalez e Rubens Pereira dos Santos, que pediram vista do projeto. Após confusão na votação do requerimento e uma observação certeira de Myrella Soares, a solicitação de Leandro e Rubinho foi aceita por maioria e a criação do cargo de assessor parlamentar foi postergada para a próxima sessão ordinária, prevista para o dia 17 de fevereiro. 
A criação foi “postergada”, já que o presidente da Câmara anunciou que o cargo será criado de qualquer jeito. Um dos coautores do projeto que recriou o cargo, junto de Aline e Daniel, Prearo deu a entender que Roni Romão e Laudenir Leonel também serão favoráveis à matéria. Por outro lado, Leandro, Myrella, Rubinho e Gilson de Souza Carvalho, já se manifestaram contra a criação do cargo.
Myrella, inclusive, foi coautora da proposta que extinguiu o cargo ao final do ano passado, junto do atual prefeito e antigo presidente do Legislativo, Airton Pegoraro e Benedito Antonio Franchini. Na oportunidade, a proposta da antiga mesa diretora recebeu parecer favorável de cinco vereadores. Apenas Ricardo Prearo, Edcarlos Santos e Evandro Folieni votaram contra a extinção.  
A possibilidade de retorno do cargo de assessor parlamentar voltou à tona logo após o resultado das eleições municipais 2024. Nos bastidores, correu a informação que um grupo político, cujo candidato a prefeito foi derrotado nas urnas, se moveu para “ressuscitar” a função, com o objetivo de nomear alguém ligado ao grupo para o emprego comissionado – fator que garantiria certa interferência no Poder Legislativo. A suposta manobra foi vista como uma espécie de apadrinhamento político, gerando muita polêmica.
Na última sessão de 2024, quando o cargo foi extinto por maioria de votos, Evandro Folieni deu nome aos bois e garantiu que Edcarlos Santos não seria nomeado assessor parlamentar em 2025. Edcarlos foi um dos nomes apontados, nas conversas de bastidores, como possível candidato ao cargo de assessor. O ex-vereador, no entanto, nunca confirmou o rumor. Um outro nome ligado grupo político de Edcarlos também foi apontado nas conversas de bastidores, mas, da mesma forma, a informação nunca foi confirmada.
Nossa reportagem questionou os quatro vereadores contrários a criação do cargo de assessor parlamentar para entender os motivos de seus respectivos posicionamentos. Confira abaixo o que disseram Leandro, Myrella, Gilsinho e Rubinho:

 

“Classifico o projeto de resolução da mesa diretora da Câmara, de autoria dos vereadores Ricardo Prearo, Daniel de Madureira e Aline Prearo, para criação do cargo comissionado de assessor parlamentar, como um absurdo e um flagrante desperdício de dinheiro público. Diante de tantas prioridades urgentes para o município, a mesa diretora da Câmara se preocupa em criar um cargo comissionado, onerando os cofres públicos em mais de R$ 3.700,00 por mês. O que é ainda mais grave é que as atribuições do novo cargo são similares às funções já exercidas pelo servidor efetivo. Qual o interesse público em criar um cargo comissionado para realizar as atribuições parecidas? Não há! Essa medida demonstra um total descaso com o dinheiro do contribuinte e configura um desperdício de recursos públicos. A criação desse cargo é um ato de má gestão que precisa ser combatido. Durante a campanha eleitoral, nenhum vereador defendeu a criação de cargos comissionados. Alegavam defender o interesse público e economicidade na gestão pública, mas agora, após eleitos, parecem ter esquecido suas promessas. A vereadora Myrella, o vereador Gilson e eu conseguimos retirar o projeto de pauta na primeira sessão, após apresentação de requerimentos verbais com a participação do vereador Rubinho. No entanto, será colocado em votação novamente na próxima sessão. Espero que a população cobre seus representantes para que o projeto não seja aprovado. Segundo as palavras do Presidente Ricardo Prearo: ‘independentemente da retirada do projeto, na próxima sessão vai aprovado’, afirmando inclusive que os vereadores contrários estão cientes disso. O presidente disse: ‘não adianta vocês quererem sapatear em cima da maioria não’.” – Leandro Gonzalez (Avante)

 

“Eu sou contra a matéria, uma vez que ela não visa o interesse público, mas têm a conveniência clara de um grupo político. A Justiça local já impediu o próprio Executivo de possuir cargos em comissão. Agora, vem parte do Legislativo querer criar um cargo comissionado direcionado – o que fere o princípio da impessoalidade e limita o direito dos demais cidadãos em participar da disputa pela vaga, como seria no caso de concurso público. Seria um retrocesso muito grande utilizar a Casa de Leis como um puxadinho para apadrinhar apoiadores políticos; nós precisamos privar pela democracia e, qualquer situação que coloque em dúvida os princípios da Constituição Federal, no que diz respeito à hegemonia e a igualdade, deve ser firmemente combatido. A Câmara já possui um profissional concursado e habilitado para exercer as mesmas atribuições. Até agora, os nobres que quiseram ser atuantes em seus mandatos conseguiram entregar um bom trabalho com a estrutura que já existe, não havendo a necessidade de criação de um novo cargo.” – Myrella Soares (União Brasil)

 

“Sou contra o cargo de Assessor Parlamentar na Câmara Municipal, porque já temos servidores capazes, que podem executar esse trabalho. O último concurso que foi feito na Câmara Municipal, teve o objetivo de suprir esse cargo que existia antigamente. Então, não sou favorável porque não há necessidade expressiva de ter mais esse cargo na Câmara Municipal de Bariri.” – Gilson de Souza Carvalho (PSB)

 

“Eu não vejo necessidade, sendo que a Câmara tem funcionários suficientes. Também acho que deve ter alguém já marcado (promessas políticas) para colocar. É um gasto desnecessário para uma época de economia.” – Rubens Pereira dos Santos (PSD)