Bauruense representará o Brasil no 9° Campeonato Mundial de Kung Fu que acontece em agosto, na China
Os filmes de ação estrelados por grandes astros das artes marciais, como Jackie Chan e Jet Li, sempre cativaram a professora bauruense Beatriz Danielle Pavan. Aos 33 anos, Bia se prepara para participar da 9ª Edição do Campeonato Mundial de Kung Fu, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de agosto, na cidade de Emeishan, China.
A atleta conta que começou a praticar Kung Fu na adolescência. “Desde pequena eu já gostava muito dos filmes e desenhos de artes marciais, em geral. Aos 16 anos, quando comecei a trabalhar pude começar a treinar – até entrar na faculdade, quando tive que parar. Depois, voltei aos treinos, no final da faculdade. Em 2012 foi quando comecei a praticar o estilo Tai Chi Chuan, que é o estilo que mais treinei e competi até hoje”, destaca Bia, que é graduada em Ciências Biológicas pela Unesp Bauru, além de ter duas especializações em metodologias de educação, pela PUC-RS.
Para ela, a maior dificuldade dos praticantes do esporte é a falta de incentivo financeiro do governo. Com a inércia de políticas públicas, a solução dos atletas é buscar patrocínio particular. Para conseguir fundos que garantirão os recursos necessários para custear as despesas da viagem à China, a bauruense lançou campanha de arrecadação via Pix, vakinha online e rifas.
“Tanto para a prática de esportes em geral, que traz qualidade de vida para a população, como para os atletas, as bolsas oferecidas são muito limitadas e muitas trazem exigências que não condizem com a realidade do esporte ou do brasileiro. Os esportes não olímpicos realmente ficam muito defasados, pois os atletas têm que arcar com todas as despesas de viagens, nutrição, tratamentos fisioterápicos, médicos e psicológicos, e sendo esporte amador recebem menos incentivo do governo e da iniciativa privada”, lamenta a professora.
A rotina de treinamentos de Bia é intensa: no mínimo cinco vezes na semana; em épocas de competição, os treinos chegam a 11 horas semanais, no mínimo.
“Além desses treinos, também realizo treinos de fortalecimento muscular. Os treinos exigem tanto física quanto mentalmente, pois são feitas várias correções e repetições. Todos os treinos podem ser adaptados e a constância traz uma melhora das dificuldades. O Tai Chi Chuan é um estilo do Kung Fu que pode ser praticado por todas as idades e pessoas com deficiência”, explica.
Bia participa de campeonatos de Kung Fu desde 2014, e coleciona títulos: ela é Heptacampeã Paulista; Pentacampeã Brasileira; Campeã Panamericana em 2015, no 1° Pan-americano de Wushu Tradicional e Tai Chi Chuan; e 6° lugar no 2° Campeonato Mundial de Tai Chi Chuan, em 2016.
“A minha experiência em competições sempre foi muito proveitosa, tanto em resultados, que inicialmente eu não imaginava que fosse me destacar, quanto no que o esporte me proporciona ao conhecer diversos lugares, culturas e pessoas que se dedicam à essa arte marcial com muito amor, buscando realmente espalhar todos os benefícios que ela traz, além do enriquecimento e valorização de uma cultura milenar. A expectativa é sempre me superar nos resultados, mas, principalmente, levar o nome do Brasil; mostrar nossa qualidade dentro do Kung Fu (mesmo com todas as dificuldades), além de realizar o sonho de estar no berço do Kung Fu, ao lado de atletas de ponta do mundo todo”, finaliza.
Na academia de Bauru da qual Bia faz parte, outros dois atletas do Kung Fu também foram selecionados para representar o Brasil: William Pense e Sarah Ferreira (que, infelizmente, não conseguirá ir à China). Bia e William embarcarão com a delegação brasileira, no dia 20 de agosto, com previsão de retorno para 01 de setembro. Parabéns e boa sorte aos atletas!
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