Elefante Verde: Leilão do Hospital São José completa três meses sem receber propostas; lance mínimo único é R$ 2,5 milhões

Elefante Verde: Leilão do Hospital São José completa três meses sem receber propostas; lance mínimo único é R$ 2,5 milhões

“Por se tratar de alienação por iniciativa particular, este bem não sofrerá qualquer disputa. O primeiro que ofertar o seu lance, será classificado como vencedor. Logo após o recebimento do primeiro e único lance considerado válido. A oferta será considerada finalizada independente da data de seu encerramento. Caso haja inconsistência ou desistência, o imóvel continuará sendo ofertado no site até o prazo limite estabelecido no edital.” - Regras para proposta de leilão do prédio do Hospital São José disponíveis no site https://www.actleiloes.com.br/

 

O primeiro que der um lance leva! Esta é a atual situação do prédio do Hospital São José de Bariri, que foi para leilão. Conhecido popularmente como “Elefante Verde”, o imóvel localizado na Rua Campos Salles, ao lado da Santa Casa, está sendo ofertado no portal ACLT Leilões desde 26 de novembro de 2023. Após três meses de veiculação, o certame ainda não teve nenhum lance. Os números indicam apenas 40 visitas no site até o fechamento desta edição.
O lance inicial (e único) é no valor de R$ 2.589.000,00 (dois milhões, quinhentos e oitenta e nove mil reais). Como explicado no trecho citado acima, o site deixa claro que não há concorrência; a primeira pessoa que fizer a proposta (considerando o valor inicial), se torna proprietária do prédio. O leilão está previsto para se encerrar em pouco menos de um mês (23 de março de 2025).


A descrição do imóvel no site está como “Um prédio inacabado, com a finalidade de ser um hospital, com 4.436,00 mª de área construída. A edificação se compõe de subsolo, térreo, primeiro, segundo e terceiro pavimentos. A maioria dos pavimentos já tem o piso de granilite e as paredes rebocadas. Seu terreno possui uma área de 4.071,00 metros quadrados”. 
O valor de avaliação de mercado do Elefante Verde é de R$ 5.178.000,00 (cinco milhões, cento e setenta e oito mil). Ou seja, o prédio está sendo vendido pela metade do preço estimado (R$ 2.589.000,00).

Mais de cem leitos desperdiçados

O prédio do Hospital São José está parado há três décadas: começou a ser construído em 1980, com verbas do Governo Federal até 1994. Estima-se que R$ 10 milhões foram gastas na obra inacabada, que se degrada com o tempo.
A unidade tem capacidade para 112 leitos, número que poderia atender pacientes de Bariri e região. No entanto, o prédio que pode ser visto de várias partes da cidade, virou um local insalubre, cheio de fezes de pombos, além de atrair dependentes químicos e adolescentes, que arriscam suas vidas no local gravando vídeos de “desafios”. 
Nos quartos, parte da fiação foi instalada. Em alguns banheiros há revestimento nas paredes e as ligações das tubulações de oxigênio, aparentemente, foram concluídas. 
Em 2013, a administração da Santa Casa calculou que seriam necessários pelo menos mais R$ 3 milhões para o término. Nunca houve qualquer tipo de nota ou manifestação do Ministério da Saúde informando o motivo de a obra ter sido paralisada. Também não houve qualquer impedimento legal para a suspensão dos trabalhos. 

Tentativa de reativar 1º andar falha 

Em 2020, durante a gestão Neto Leoni, a Prefeitura de Bariri publicou licitação para obras de reforma e ampliação de parte do 1º andar do Hospital São José, com o objetivo de criar um ambulatório que atendesse pacientes de Covid-19.
Na oportunidade, foi aberto crédito especial de R$ 760 mil para a obra, recurso direcionado através do Governo Federal, para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. 
Em novembro de 2020, as obras foram iniciadas através da empresa Novaven Construções Ltda., contratada pela Prefeitura de Bariri pelo valor de R$ 641.704,04. Após a pandemia, a intenção era que o térreo do prédio abrigasse a sede da diretoria de Saúde e a Central de Ambulâncias, mas a obra nunca foi concluída com a troca de governo: Neto Leoni saiu da prefeitura em dezembro de 2020; Abelardo Simões assumiu em janeiro de 2021. 
Depois dessa tentativa falha, nunca mais foi feito qualquer menção, por parte do Poder Público, para reativação parcial do “Elefante Verde”.