Juliano Maia questiona gastos de viagem à Brasília feita por prefeita, vice, presidente da Câmara e outros servidores de Itapuí

“Em razão da péssima repercussão com relação a comitiva contendo Agentes Políticos e Funcionários Públicos Municipais em viagem para Brasília na última semana, Requeiro, ouvida a Casa e dispensadas às formalidades legais, seja oficiado a Senhora Prefeita Municipal, solicitando que encaminhe a esta Casa Legislativa as seguintes informações: Relação completas das pessoas que participaram da viagem; Valor total gasto com aéreo e hospedagem; Valor total dos adiantamentos realizados para essa finalidade, encaminhando a prestação de contas dos mesmos; Motivo da viagem. • Qual o retorno para a população que justifique essa despesa aos cofres públicos.” – Vereador Juliano Maia Ferreira (MDB)
A estadia em Brasília da Prefeita Municipal de Itapuí, Maria Clélia Viaro Pichelli, do vice-prefeito, Gilmar Belchior “Mecha” e do presidente da Câmara Valdir Castanho “Cavera”, gerou questionamentos em Itapuí. Vereadores apontam que os gastos da viagem teriam sido exagerados e solicitaram explicações ao gabinete.
Além de Clélia, Mecha e Caveira, a comitiva itapuiense à Capital Federal também contou com a presença de mais três agentes públicas (sendo duas cozinheiras da cozinha piloto) e uma voluntária. Entre outras agendas cumpridas junto à deputados federais, as agentes públicas teriam participado de um curso de panificação em Brasília. Trata-se do projeto “Padaria Artesanal”, uma iniciativa da segunda-dama da República, Lu Alckmin. O projeto criado pela esposa do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, é uma parceria entre Arquidiocese de Brasília, Senac, Senai, Sebrae e o empresariado da capital federal. Ao final do curso, os alunos recebem um certificado de multiplicadores do projeto.
Na sessão ordinária desta segunda-feira (17), Juliano Maia formalizou o requerimento acima e comentou a questão.
“Buscamos informações sobre o tal projeto Lu Alckimin, que iria ser um curso de panificação. Até vimos as fotos da Andreia e da Edith, acredito que a voluntaria Nair Spirito também estava na foto e também tenha feito o curso. Porém, não teve muitas informações sobre esse projeto. Em rede social buscamos e não aparece muita coisa. Então, espero que tenha sido útil. Seria necessário tanta gente numa viagem? Até mesmo porque tivemos um caos na cidade desta semana, tanto em relação ao esgoto, como em relação ao repasse do lixo, que muitos não foram trabalhar porque não receberam. Os três saíram: prefeita, vice e presidente da câmara. Lógico que não tem regra para isso, sabemos que perante a nossa Legislação isso é permitido. Mas, eu não vi a importância dos três irem no momento. Teve um gasto um pouco exagerado e não podemos deixar a cidade sozinha. Acredito que tem que ter compromisso. Não sei se todos tinham necessidade de ir por conta do gasto. É um gasto desnecessário enquanto a cidade está passando por problemas. Uma viagem dessa não pega bem em relação até à opinião pública”, disse Juliano Maia.
Em contato com nossa reportagem, o vereador completou dizendo que, inclusive, foi procurado por outras duas servidoras concursadas, que são padeiras, mas não foram selecionados para irem à Brasília participar no curso. Dizendo que os profissionais se sentiram “deixados de lado pela administração”, Juliano questionou ainda qual foi o critério de seleção das cozinheiras que integraram a comitiva.
Ainda de acordo com o vereador, o gasto total da viagem girou em torno de R$ 20 mil, sendo R$ 15 mil apenas de passagens aéreas. Ele alega que as três agentes públicas receberam um adiantamento de R$ 1.500,00. Uma quarta agente também teria recebido o adiantamento, mas desistiu de ir na viagem por motivos médicos. Dessa forma, somente de adiantamentos, o gasto foi de R$ 6 mil.
Aproveitando o requerimento de Juliano Maia, Rita Xavier também fez uma observação sobre a viagem.
“O curso foi quarta e quinta-feira. Por que as pessoas foram viajar na segunda? É algo a se pensar. Se a prefeita, o vice e o presidente da câmara quisessem ir antes, ok. Mas se o curso foi quinta-feira, por que as outras pessoas foram antes? É um gasto com o dinheiro público que a população não estava esperando. Esse dinheiro poderia ser usado para outras coisas”, sustentou a vereadora.
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