Milagre de Potunduva: Mergulhadores encontram destroços de capela centenária em devoção a São Frei Galvão que estavam submersos no Rio Tietê
Destroços da primeira capela erguida há mais de 100 anos em homenagem a São Frei Galvão (o primeiro santo brasileiro), foram encontrados no Rio Tietê em Jaú. Um grupo de mergulhadores localizou tijolos da construção centenária; os achados foram recolhidos e ficarão expostos na atual capela onde são feitas as celebrações de Frei Galvão.
A expedição em busca da capela, que foi submersa após o represamento do rio durante a construção da Usina Hidrelétrica entre Bariri e Boraceia, foi idealizada pelo tenente da reserva do Corpo de Bombeiros Antonio Donizeti Milani, juntamente com os amigos Celso “Careca”, Thiago, sargento Scudilio, e os cabos Marcelo e Gouveia.
Os destroços da primeira capela construída para Frei Galvão é o mesmo local onde está enterrado o corpo de Manoel Porte, capataz de uma fazenda que testemunhou um dos milagres do santo. Segundo Tenente Milani, os destroços foram localizados a cerca de 23 metros da margem do rio, a uma profundidade de 5,5 metros, na região do Condomínio Parque Frei Galvão, após estudo da área.
De acordo com ele, em 1810, o capataz foi esfaqueado por um homem pelas costas após um desentendimento às margens do rio Tietê. Sabendo que estava para morrer, uma vez que não havia equipes de socorro à época, o capataz começou a rezar fervorosamente, implorando para que Nossa Senhora Aparecida trouxesse um padre, para que ele pudesse fazer sua última confissão.
“Frei Galvão estava celebrando uma missa no Mosteiro da Luz, em São Paulo, e, nesse momento, Deus comunicou ele e ele percebeu que alguém estava sofrendo. Ele pediu para todo mundo ficar em silêncio e orar para uma pessoa que estava em sofrimento. Ele ficou de cabeça baixa, concentrado e, apareceu junto a esse capataz”, relatou Tenente Milani em entrevista ao JC Net. O caso ficou posteriormente conhecido como “milagre de Potunduva”.
O chamado “milagre da bilocação” (fenômeno supranormal em que uma pessoa está em dois lugares ao mesmo tempo), foi um dos primeiros atribuídos a Frei Galvão. Em 1920, a capela foi construída em homenagem a ele, tornando-se um local de peregrinação e oração de fiéis. Com o represamento do rio, em 1970, o local foi submerso e uma nova capela foi erguida, mas foi carregada pelas águas.
Mais tarde, o santo ganhou novo espaço no condomínio Frei Galvão, a cerca de 90 metros da primeira capela, onde as celebrações são feitas até hoje.
“Eu tinha curiosidade de saber onde estava essa primeira capela. Ninguém sabia precisar o local. Eu pedi muito a Deus para que Ele permitisse que a gente localizasse porque é um local santo”, finaliza Milani.
São Frei Galvão
Frei Antônio de Sant`Anna Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá - SP. Foi religioso e sacerdote da Ordem dos Frades Menores. Viveu por quase 60 anos na cidade de São Paulo, no Convento São Francisco.
Profundo devoto da Imaculada Conceição, fez sua consagração perpétua à Virgem Maria em 1766, assinando a Cédula de Consagração com o seu próprio sangue. Dedicou boa parte de sua vida na construção do Recolhimento de Santa Teresa, atual Mosteiro da Luz, o que lhe rendeu o título de Patrono da Construção Civil no Brasil.
Faleceu com fama de santidade no dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro que ele mesmo havia construído, onde se encontram seus restos mortais. Beatificado em 1998 e canonizado em 2007, Santo Antônio de Sant'Anna Galvão é o primeiro santo brasileiro. É comemorado liturgicamente no dia 25 de outubro, data da sua beatificação.
Frei Galvão recebe os seguintes atributos: Padroeiro dos construtores civis, Arquitetos, Engenheiros, Pedreiros e Pintores. “Homem da Paz e da Caridade”. Filho e perpétuo escravo da Imaculada Conceição. Primeiro santo brasileiro. Auxiliador das parturientes.
Conta-se que um rapaz enfermo se aproximou de Frei Galvão pedindo ajuda por causa de suas fortes dores, causadas por pedras na vesícula. Frei Galvão, compadecendo-se dele, pegou três pedacinhos de papel e escreveu em cada um deles uma oração em latim, que dizia: “Depois do parto, Virgem Maria, permanecestes inviolada: Mãe de Deus, rogai por nós!”.
Enrolou cada papel em forma de uma pílula e deu ao rapaz para que tomasse como se fosse um remédio. E este, logo que tomou, expeliu as pedras e ficou curado.
A fama dos três papeizinhos com a frase curadora logo se espalhou, e inúmeras pessoas doentes foram em busca do santo para receber as pílulas milagrosas. Como Frei Galvão não dava conta de escrever todos os papéis, incumbiu as irmãs do Mosteiro para fazer em sua ausência, e até hoje estas são distribuídas nos conventos de sua congregação.
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