SE NÃO DER CERTO A GENTE TROCA

SE NÃO DER CERTO A GENTE TROCA

Não é raro nas eleições ouvirmos os eleitores dizendo, quando questionados por amigos ou familiares, se o candidato eleito não atingir as expectativas: “se não der certo a gente troca”. Ao ouvirmos esta frase, imagina-se que o mandato é um “tirico”. Aí está o problema! 
Temos que analisar sobre dois prismas: se o eleito for bom e se for ruim. Se for bom, um mandato pode ser pouco, voa. O problema é se for ruim; o mandato se torna um pesadelo. Não precisamos nos esforçar para colocarmos a administração Abelardinho na segunda opção. Neste caso, como digerir? Nos resta sentar e ver os puros sangues disparados enquanto nosso pangaré empaca. Isto porque, para trocar pelo voto demora, para afastar pelos meios constitucionais, depende da Câmara de Vereadores e da justiça, tornando-se um processo também demorado. 
Quase metade do mandato e as ruas continuam cheias de buracos, as praças horríveis, muitas estradas rurais abandonadas, falta de remédios, nenhuma casa popular, nenhuma nova empresa se instalando aqui, falta de emprego e locais de diversão para os jovens, falta médico pediatra, mas sobram gastos com festas e supostos favorecimentos aos amigos do rei. O cansaço dessa administração se torna evidente quando olhamos em nossa volta, na região, e vemos as gestões dessas cidades voando a jato, enquanto Bariri vai de teco-teco. É impossível não comparar, e olha que nem gosto disso, mas na política não tem jeito de não fazer comparações. 
Vemos, diariamente, as cidades da região anunciando obras e conquistas, e Bariri estagnada ou sendo manchete de falhas e notícias ruins. “Um povo sem memória é um povo sem história”, já disse a historiadora paulista Emília Viotti da Costa. Pois é o passado que ajuda a explicar o presente, e não seria diferente em relação à política. Abelardinho já era uma tragédia anunciada. O povo já sabia que ele não tinha nenhuma experiência em administração pública e que não conhecia os reais problemas da cidade, já que morou anos fora do Brasil. Mas o marketing funcionou. 
Conhecer o contexto político em que estamos inseridos é fundamental, afinal, completando a expressão acima, “um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. Esperamos que o povo tenha aprendido que: não é “só eleger e se não for bom troca”. A demora de um mandato pode trazer a sensação de ser “interminável”.