Comissão apresenta relatório final sobre acidente que vitimou encanador do Saemba na próxima segunda-feira; inquérito policial conclui que houve negligência da autarquia
Na próxima segunda-feira (04), a Comissão de Assuntos Relevantes apresentará, na Câmara de Bariri, o relatório final sobre o acidente que vitimou o encanador Adelson Aparecido Bertoldo, servidor público do Serviço de Água e Esgoto de Bariri (Saemba), que faleceu em 31 de julho, aos 56 anos, após ser soterrado em uma obra de responsabilidade da autarquia.
Formada pelos vereadores Leandro Gonzalez (presidente), Edcarlos Santos (relator) e Myrella Soares (membro), a comissão teve pouco mais de 100 dias para ouvir testemunhas e colher informações técnicas relacionadas à fatalidade.
Na última semana, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o acidente. Para o delegado dr. Durval Izar Neto, houve falha na execução do serviço: pelo nível de profundidade da obra, deveria haver um sistema de escoramento que garantisse a segurança do trabalhador.
Adelson foi soterrado após um desmoronamento de terra no local da obra de ampliação da rede de esgoto, localizada no Jardim Garotinho, às margens da rodovia Braz Fortunato (SP-261), que liga Bariri a Boraceia.
O Corpo de Bombeiros de Bariri foi acionado e, após aproximadamente duas horas, o corpo da vítima foi retirado e o óbito oficialmente confirmado. Segundo a corporação, o encanador ficou soterrado em uma vala de 3 a 4 metros de profundidade, com peso aproximado de uma tonelada de terra.
“Durante as escavações, uma quantia significativa de terra caiu sobre o trabalhador. De imediato, os colegas tentaram ajudar de alguma forma e o Corpo de Bombeiros de Bariri foi acionado. Rapidamente, os bombeiros chegaram no local e tentaram, de forma manual inicialmente – porém, devido à grande quantidade de terra que caiu sobre ele, foi necessário o uso de máquinas. Depois, foi feito um trabalho manual para preservar o funcionário, caso ainda tivesse algum sinal vital. Isso, de imediato, foi descartado pelo tempo que ele ficou soterrado”, explicou o capitão Roberto, do Corpo de Bombeiros de Bariri, em entrevista coletiva à imprensa local.
A obra que tirou a vida de Adenson não possuía engenheiro responsável ou técnico de segurança do trabalho. O Saemba afirmou que uma empresa terceirizada era responsável pela segurança dos trabalhadores, mas o fato de os funcionários não serem equipados com equipamentos de proteção individual (EPIs) fortalece a possível negligencia da autarquia.
A legislação diz que escavações com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) devem ser protegidas com taludes ou escoramentos definidos em projeto elaborado por profissional legalmente habilitado e devem dispor de escadas ou rampas colocadas próximas aos postos de trabalho, a fim de permitir, em caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores – algo que não aconteceu na obra do Saemba.
Sob forte comoção, Adelson Aparecido Bertoldo foi velado no dia 01 de agosto, no Plenário da Câmara Municipal de Bariri, e sepultado na Necrópole Municipal. O experiente servidor que acumulava 15 anos de carreira; colegas de trabalho informaram que ele planejava entrar com o pedido de aposentadoria do serviço público após a finalização da obra que tirou sua vida.
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