Expositores desanimam com falta de investimento da prefeitura de Bariri na Feira Livre e se revoltam com licitação de R$ 90 mil para montagem de barracas

Nesta semana, o Noticiantes recebeu relatos de vários feirantes baririenses indignados com a polêmica licitação de quase R$ 90 mil aberta pela Prefeitura Municipal de Bariri para montagem e desmontagem das barracas da Feira Livre. Conforme noticiamos com destaque na edição anterior, a ganhadora da licitação (identificada no Portal de Transparência como Amanda França da Silva) receberá, durante um ano, o valor mensal de R$ 7.496,66 para montar e desmontar as barracas da Feira Livre que acontece aos domingos na Praça da Matriz.
Com a repercussão do caso que veio à tona após requerimento protocolado pelo vereador Edcarlos dos Santos (PSDB), feirantes procuraram nossa reportagem questionando as prioridades da gestão Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB) em relação às tradicionais feiras de rua. 
“Eu não sei quem fazia a montagem antes, mas o que está acontecendo é o seguinte: a prefeitura fala pra gente que essa parte de divulgação e propaganda não são eles que tem que pagar, que é a gente. Já fizemos “vaquinha” duas vezes para fazer propaganda entre nós feirantes; uma vez foi um anúncio no Programa do Fernando Foloni (vice-prefeito), outra vez, foi carro de som. Nós, os feirantes, que corremos atrás! A prefeitura só monta a estrutura, não está incentivando a gente em propaganda. O pessoal está desanimado. De domingo não está dando movimento. Tem gente que nem sabe que existe feira de domingo. A prefeitura diz que, se eles forem fazer propaganda, é muito burocrático, tem que abrir licitação, mas vão lá e gastam R$ 90 mil com a montagem das barracas. É um balde de água fria pra gente”, relatou um feirante que preferiu não se identificar.
Segundo a mesma fonte anônima, a Feira Livre da Praça da Matriz começou com 24 expositores. Atualmente, o número caiu para 12 barracas. Um dos principais motivos da desistência dos feirantes, segundo a própria categoria, é a falta de incentivo e políticas públicas da Prefeitura Municipal de Bariri para divulgação e outras ações que fomentem a atividade econômica no município. 
Um outro relato afirma que os expositores, em reuniões frequentes com a Diretoria de Desenvolvimento Econômico, pasta comandada por Flávio Coletta, sempre sugerem ações que poderiam aumentar a circulação de pessoas na feira, como música ao vivo e brinquedos para crianças. No entanto, todas as sugestões são negadas com a justificativa de falta de recursos públicos.
“Temos um problema sério, pois muita coisa está engessada. Não sei se é má vontade, se o Abelardo não dá autonomia para o Flávio, mas está completamente travado. Estamos sozinhos. As barracas que estão na feira são as barracas que começaram desde o início; os outros não aguentaram. Não temos dinheiro para pagar músico e o pessoal dos brinquedos. Damos as ideias, não vai pra frente e a desculpa é falta de grana. Aí fazem essa licitação de R$ 90 mil e a gente fica a ver navios”, desabafou o expositor.
A reclamação dos feirantes vai de encontro a uma colocação do vereador Edcarlos na deliberação do requerimento que expôs a licitação de R$ 90 mil. Na oportunidade, o nobre sugeriu que a administração poderia dividir o valor total gasto com um único fornecedor entre todos os feirantes, como uma espécie de incentivo para potencializar os negócios da categoria. 
“Se o prefeito resolve sair do mundo de Peter Pan, ele poderia pegar esses R$ 90 mil e transformar em incentivo para os feirantes. Os feirantes seriam responsáveis por pegar a barraca, montar a barraca, mas com um incentivo financeiro de R$ 5 mil para potencializar o negócio. Eu garanto que todos os feirantes iriam amar uma situação dessa”, avaliou o parlamentar.

Reinauguração da Feira do Arrudão é cancelada 

Expositores da Feira do Arrudão também ficaram “a ver navios” após a Prefeitura Municipal de Bariri cancelar o evento de reinauguração da tradicional feira, anteriormente marcado para acontecer neste domingo (31).
“Todo mundo estava empolgado! Estávamos nos organizando para fazer uniforme, para todos os feirantes ficarem padronizados. Mas, de repente, disseram que não vão mais fazer a reinauguração no dia 31 porque não deu tempo de fazer a licitação para compra das barracas. Estranho isso ter acontecido depois que a licitação da Amanda França veio à tona. Decidiram cancelar depois disso”, revelou um expositor da Feira do Arrudão à nossa reportagem.