Grande número de animais em situação de rua vira caso de saúde pública em Bariri
A faxineira Gláucia, moradora do bairro Jardim Industrial I, não sabe mais a quem recorrer para buscar ajuda. Ela abriga em sua casa 11 animais (nove gatos e dois cães), todos vítimas de abandono e até mesmo maus-tratos. Os gastos da tutela ficam em torno de R$ 500,00 mensais.
“O problema maior não é só a ração, mas a saúde do animal. Semana passada, passei por episódio que me deixou muito mal: estourou uma hérnia em um dos gatos e não tive respaldo nenhum. Pedi ajuda para tudo quanto é lugar; minha sorte é que o veterinário (dr. Bruno) me ajudou e fez a cirurgia. Se não, o gato estaria morto. Muitos gatos apareceram aqui doentes, mas para mim é difícil. Eu tenho salário de faxineira, pago aluguel e sou mãe solteira. Aqui em Bariri, está precisando de uma clínica veterinária gratuita ou de convênio com algum veterinário que possa ajudar pessoas carentes”, sugeriu Gláucia.
Para ela, muitas pessoas acabam abandonando animais nas ruas de Bariri justamente por não terem condições financeiras de cuidar. Sem veterinário conveniado ou clínica municipal, a situação se agrava a cada dia.
“O Focinho Carente recolhe animais, mas lá está superlotado. Será que se tivesse ajuda para as pessoas carentes cuidarem de seus animais em casa, diminuiria a lotação do Focinho Carente? Eu acho que sim. A população, tendo essa ajuda, tenho certeza que vai diminuir o número de animais abandonados e a superlotação da entidade. Uma clínica veterinária municipal ou convênio, diminuiria até mesmo o que eles gastam com animais lá. Toda semana você vê no Facebook animais abandonados ou animais que foram mortos na rua. Estão a Deus dará. Peço para nossos governantes, vigilância sanitária, qualquer autoridade... tem que ter pessoas que trabalhem em prol da causa animal em Bariri”, disse Gláucia.
Além da alimentação, os gastos incluem produtos de limpeza, areia sanitária, medicamentos, entre outras coisas. Um outro impasse acerca da situação dos animais em Bariri é referente a castração. No caso de Gláucia, quatro dos gatos que ela cuida estão em fila de espera para o procedimento.
“Fiz o cadastro na Vigilância Sanitária há um mês. Até agora não fui chamada. Ganhei castração de pessoas de fora, que pagaram do próprio bolso e acabaram castrando dois. Tanto os gatos que estão nas casas quanto os que moram na rua (que são muitos) deveriam ser castrados para controlar a superpopulação dos animais. Se houver castração, acaba o problema. Gatos criam com muita facilidade; temos que controlar isso e a castração é a solução! No início do ano, veio um programa de castração aqui em Bariri. Eu estava com o cadastro, mas me avisaram somente na noite anterior ao dia marcado para castração. Tiveram 15 dias para me mandar mensagem, mas não agendaram. Foi impossível levar, o gato precisa de uma preparação. Não adianta vir o castramóvel e ser aquela correria; isso precisa ser planejado”, opinou.
Castramóvel de Bocaina está ativo
desde 2020
Na área de cobertura do Jornal Noticiantes, o município de Bocaina se destaca por oferecer um programa eficiente de castração de cães e gatos. A cidade conta com uma estrutura completa, que permite a operação nos animais.
Para entender melhor como funciona o procedimento em Bocaina, nossa reportagem entrou em contato com a prefeitura municipal, que enviou a seguinte nota:
“O castramóvel foi uma aquisição do Município de Bocaina através de convênio firmado junto ao Governo do Estado, com o intuito de promover castrações gratuitas, tanto de cães como gatos, machos e fêmeas. Todo o procedimento é feito através de licitação para a contratação do veterinário e equipe, disponibilizando cerca de 80 castrações por objeto, onde através de cadastro socioeconômico da população, contempla os proprietários de animais com tal finalidade. O castramóvel está em funcionamento desde 2020 e já foram realizados mais de 250 procedimentos em Bocaina. Por ser uma aquisição da Prefeitura Municipal, a estrutura permanece aqui”.já foram realizados mais de 250 procedimentos em Bocaina. Por ser uma aquisição da Prefeitura Municipal, a estrutura permanece aqui”.
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