“Prateleiras estão vazias; começou a faltar medicamento quatro meses antes de acabar o mandato anterior”, diz Diretora de Saúde

“Prateleiras estão vazias; começou a faltar medicamento quatro meses antes de acabar o mandato anterior”, diz Diretora de Saúde

A Diretora Municipal de Saúde, Ana Paula Falcão, acompanhada do prefeito Airton Pegoraro, realizou coletiva de imprensa, na última semana, para informar a população baririense um panorama de como a atual administração encontrou o Setor de Saúde.
Uma das principais reclamações dos baririenses nos últimos anos, diz respeito à falta de abastecimento na Central de Medicamentos, com lacuna de muitos remédios. Segundo Ana Paula, a gestão passada não realizava compras há quatro meses.

“Fizemos a listagem dos medicamentos comprados e dos que estavam aguardando empenhar. Os medicamentos do Programa Dose Certa já chegaram. Encontramos as prateleiras vazias. Muitos pacientes de uso contínuo que utilizam psicotrópicos (calmantes, remédios para pessoas autistas) ficaram sem atendimento. Estamos fazendo a compra de acordo com o que é alinhado com o setor financeiro; a previsão é que uma remessa de medicamentos chegue no prazo de 10 dias. Começou a faltar remédio há quatro meses antes de acabar o mandato anterior”, disse Ana Paula.

Outro fato lamentável apontado pela diretora de saúde diz respeito a uma compra de anticoncepcionais. Segundo ela, grande quantidade desse tipo de medicamento, que está prestes a vencer, foi encontrada no estoque da Saúde Municipal. Por conta do prazo de vencimento, os anticoncepcionais serão descartados, fato que configura desperdício de dinheiro público.

“Fizeram uma compra fora de planejamento e pediram uma quantidade imensa de anticoncepcional. São 20 caixas; cada caixa com 3.070 comprimidos. Vamos ter que pagar para queimar esses medicamentos, pois vão vencer logo. Tentei oferecer para outros municípios, através da DRS, mas não houve interesse. Quando indaguei o porquê da compra nessa quantidade, ninguém soube explicar”, completa.

A Saúde encontra dificuldade para adquirir um medicamento específico de pacientes com esclerose múltipla, devido a um problema técnico: de acordo com Ana Paula Falcão, este medicamento em específico saiu de linha. Os pacientes que fazem uso estão sendo orientados a pedir para o médico trocar a medicação por outra acessível no mercado.
Airton Pegoraro completou a fala da diretora de saúde dizendo que o gasto mensal da Central de Medicamentos gira em torno de R$ 400 mil. Confira abaixo outros pontos abordados durante a coletiva de imprensa, em relação à Saúde Municipal:

 

Frota

A Saúde conta com 37 veículos, entre ambulâncias, carros e vans. Desse total, 17 estão quebrados. No levantamento realizado pela atual administração, foi constatado que todos os veículos do setor estavam com óleo vencido em 9 mil quilômetros. A troca de óleo já foi providenciada. O departamento conta com 25 motoristas, trabalhando em forma de escala.

 

Odontologia

A reforma do Centro de Especialidade Odontológicas (CEO) não foi concluída pela administração anterior. A população estava sem atendimento, os profissionais da odontologia estavam parados e a sala de atendimentos desmontada. Ana Paula Falcão disse ainda que muitas “surpresas” foram encontradas na obra do CEO, com ajustes tendo de ser feitos para evitar futuros problemas estruturais.
A dentista dra. Daniela Muzardo, Coordenadora da Odontologia em Bariri, organiza a volta dos atendimentos no Soma 2 (caixa d’água), aos finais de semana e também no período noturno. O prazo para o serviço voltar a funcionar normalmente é de 15 dias.

 

Consultas e exames

A diretora de Saúde informou que há pacientes aguardando procedimentos há dois anos. A solução adotada pela gestão é organização de mutirões, para agilizar a fila de espera, como por exemplo, mutirão de ultrassom.  

 

Fila na cardiologia

Ana Paula disse que o médico cardiologista da rede, Dr. Abraão se prontificou a fazer mutirões aos sábados para sanar a fila.

 

Pediatria

A diretora desmentiu boatos de que o governo Pegoraro-Kezo iria cortar a especialidade. Ela explicou que o contrato de licitação do pediatra termina em fevereiro. Dessa forma, o setor já alinhou uma nova licitação, conforme determina a lei. A administração pretende contratar mais dois pediatras, para que o município fique com o total de três profissionais atendendo a população. 
Os planos futuros da Saúde para a pediatria também incluem a criação de um posto de atendimento infantil, para atendimento pediátrico exclusivo. A unidade funcionaria das 8h da manhã às 20h (8h da noite), para atender também mães que trabalham em horário comercial.  

 

Oftalmologia

A diretoria pretende alinhar com Botucatu para a vinda de um ônibus e profissionais que executem os procedimentos oftalmológicos em forma de mutirão. Para sanar a grande demanda de cirurgias de catarata em Bariri, o setor se prepara para programar cirurgias em massa pelo menos três vezes ao ano.

 

Cirurgias eletivas na Santa Casa

Ana Paula Falcão se reuniu com Marina Prearo, gestora da Santa Casa. Marina disse que a administração anterior não passava há três meses as demandas de cirurgias eletivas ao hospital. Ela salientou que sempre esteve com o serviço à disposição, mas que os pacientes não eram enviados por parte da direção de saúde. Cirurgias eletivas disponibilizadas pela Santa Casa incluem especialidades como laqueadura, hérnia de disco, ortopedia e outras. 

 

Dengue e Covid

Por fim, Ana Paula afirmou que todos os postos de saúde e demais e unidades estão alinhados para atender pacientes com suspeita de dengue e covid-19, e que há testes em todas as unidades. No caso da dengue, ela alega que a vacinação exclusiva para a faixa etária de 10 a 14 anos não está tendo procura; se as doses vencerem por falta de público, terão de ser descartadas. Em conjunto com a Diretoria de Infraestrutura, a gestão está realizando operações estilo “cidade limpa” por toda a cidade, como uma estratégia de prevenção a criadouros do mosquito Aedes aegypti.