“Saúde não é prioridade em Bariri”, desabafa internauta; semana é marcada por reclamações de usuários da Rede Pública de Saúde à gestão Abelardo-Foloni, que acumula mais de cem pessoas na fila de espera para cirurgia de catarata

“Saúde não é prioridade em Bariri”, desabafa internauta; semana é marcada por reclamações de usuários da Rede Pública de Saúde à gestão Abelardo-Foloni, que acumula mais de cem pessoas na fila de espera para cirurgia de catarata
“Saúde não é prioridade em Bariri”, desabafa internauta; semana é marcada por reclamações de usuários da Rede Pública de Saúde à gestão Abelardo-Foloni, que acumula mais de cem pessoas na fila de espera para cirurgia de catarata

Uma coleção de reclamações, denúncias e apontamentos de usuários da Rede Pública Municipal de Saúde de Bariri tomaram as redes sociais nesta semana. Pacientes cobraram a gestão Abelardo-Foloni sobre casos de fila de espera para exames, falta de medicamentos na farmácia municipal, e até uma possível negligência médica. 
Acompanhe a seguir alguns dos relatos de baririenses insatisfeitos com a gestão pública da Saúde:

Fila de espera para tomografia: “Para quem está acompanhando a gente na luta para poder marcar tomografia do abdômen, eu já conversei com a Irene Chagas, responsável pelo Setor de Saúde da nossa cidade, e também com a Anai, esposa do prefeito Abelardinho. A resposta que tive é que é assim mesmo, demorado para todos, que tem que ter paciência e tal, que vão ver o que podem fazer por mim. Estou no aguardo como centenas de baririenses, infelizmente. Saúde não é prioridade em Bariri”. – Relato publicado via Facebook, em 10 de julho (segunda-feira).

Exame de espirometria somente com acúmulo de pacientes: “Minha mãe precisava fazer o exame de espirometria (mede a quantidade de ar ao respirar) para pegar as bombinhas dela. Disseram que tem que acumular um tanto de pessoas para chamar – ou seja, vamos ter que pagar, senão ela não pega o remédio. Onde mais deveria haver prioridade é na Saúde. Não tem pouca vergonha mesmo.”Comentário publicado via Facebook, em 11 de julho (terça-feira).

Idosa “esquecida” da hemodiálise: Minha mãe faz hemodiálise em Jaú. Nós mudamos de endereço; liguei na Saúde para atualizar o endereço. Mesmo assim, esqueceram de pegar minha mãe aqui em casa. Isso era direito dela. São 18h e, até agora, nada de virem buscar. Liguei lá no transporte e enrolaram. Minha mãe está com falta de ar porque precisa fazer hemodiálise. Vou ter que falar com o prefeito.” – Relato publicado no grupo “Bariri em Foco”, em 10 de julho (segunda-feira).

Paciente interrompe tratamento de tuberculose por falta de medicação: “Acompanho um paciente que passou apuro, recentemente, até descobrir o problema de saúde que ele tinha. Quando descobriu, começou a fazer um tratamento pesado de "Tuberculose", uma doença perigosa que pode levar a morte. Descobriu a doença e começou o tratamento; tomou todos os cuidados para não transmitir a doença quando descobriu; vem fazendo o tratamento certinho, até que, no dia de hoje (11), foi lá para retirar o seu remédio e a moça falou que não tinha o remédio. Como assim? Devido a isso, a pessoa vai ter que parar o tratamento (que não poderia parar). Aí eu pergunto: Alguém falhou? Se o remédio é destinado todo mês para o paciente, como que não chegou? Como interromper um tratamento desse? Como vai ficar a situação do paciente que, no início do tratamento, foi orientado que teria que passar a assinar todo o mês e pegar o remédio; que se deixasse de fazer isso poderia até ser preso. Agora, vai precisar interromper o tratamento. Se acontecer alguma coisa com o paciente, quem será o responsável?” Relato publicado via Facebook, em 11 de julho (terça-feira).

Farmacêutica alerta mãe sobre prescrição errada de medicamento passado para bebê de três meses: “Levei meu bebê para a consulta de rotina acompanhamento normal. Na triagem, relatei que ele estava com o nariz entupido. Quando entrei na sala para ser atendida pela pediatra ela me atendeu super bem e me deu uma receita. Na hora, eu até perguntei como que eu ia dar o remédio para ele se era no narizinho, mas ela falou que era para dar duas vezes ao dia, na boca, com uma seringa. Eu achei estranho na hora, mas não questionei. Saí do postinho e fui direto na Farmácia Popular. Fui atendida pela farmacêutica e perguntei para ela como dar o remédio. Ela perguntou a idade do meu filho (três meses) e me disse: ‘em 30 anos de farmácia, nunca vi ninguém receitar esse medicamento para uma criança de três meses que está com o nariz entupido”. Ela me entregou o remédio, mas disse, além de não ser indicado para meu filho, estava com uma dosagem errada: a pediatra pediu para dar duas vezes ao dia. Ela me deu um Rinosoro para pingar no narizinho dele, disse que se eu quisesse entrar com a medicação que a doutora deu, tudo bem, mas que ela não indicaria. Fiquei assustada. Ao passar por um pediatra, a gente acha que nosso filho está sendo avaliado corretamente. Não quero retornar de novo com essa médica. Essa semana tinha retorno, mas não vou. Nem sei se a médica é pediatra, mas ela atende ali como se fosse. Graças a Deus fui orientada pela moça da farmácia e não dei o remédio para meu filho.” Relato enviado ao WhatsApp do Noticiantes em 12 de julho (quarta-feira).

Diretoria Municipal de Saúde
Nossa reportagem entrou em contato, via telefone, com Irene Chagas, Diretora Municipal de Saúde de Bariri. Sobre a fila de espera para os exames de tomografia, Irene afirmou que a fila do SUS está demorando cerca de três anos. “Estamos comprando exames de tomografia, conforme vem o pedido de urgência. Deste paciente em questão, não veio pedido de urgência. As pessoas insistem em burlar a fila e não podemos fazer isso”, disse.
A respeito do exame de espirometria, a diretora relatou que a orientação que a paciente recebeu realmente procede. Segundo Irene, o SUS não fornece; quem faz o exame são os laboratórios, que exigem 100 pessoas para liberar o remédio de alto custo. “É uma exigência do Governo do Estado. Foi feito há meses atrás e estão aguardando mais pessoas para poder liberar”, explicou.
Já sobre o caso da idosa, paciente da hemodiálise que teria sido “esquecida”, Irene disse que o caso está sendo apurado para ver se houve erro no agendamento. 
Sobre o medicamento da tuberculose em falta, a diretora relatou que a medicação de tuberculose não é comprada pela municipalidade, pois quem abastece é a Secretaria Estadual de Saúde. “Tuberculose não há estoque, vem do Estado. Está em falta em toda a rede. A medicação chegou nesta quinta-feira (13) e já foi entregue. Nesse caso em questão, o paciente não está sem remédio”, disse.
Por fim, a respeito do bebê de três meses que teria recebido prescrição de medicamento inapropriado pela idade, Irene entrou em contato com a médica responsável pela receita, que negou a suposta negligência. A pediatra afirma que a medicação passada está correta. Como a denunciante não disse o nome da farmacêutica que contestou o receituário, a Diretoria de Saúde não identificou a servidora citada no caso para verificar a ocorrido na Farmácia Municipal. 

 

“Bariri tem 112 pessoas na fila para cirurgia de catarata e o prefeito gasta R$ 152 mil com enfeite de festa”, expõe vereador Edcarlos

Na última sessão legislativa, o vereador Edcarlos Santos (PSDB) voltou a chamar a atenção para a fila de espera de pacientes que aguardam para fazer cirurgia de catarata em Bariri. 
O nobre fez um paralelo entre o número de pessoas na fila e o gasto da gestão Abelardinho com decoração festiva, no período de seis meses; segundo Edcarlos, a gestão gastou R$ 152 mil com enfeites de eventos. 
“Hoje, Bariri tem 112 pessoas na fila para fazer cirurgia de catarata. Guardem esse número. Por que essas pessoas estão na fila e não podem fazer cirurgia? Porque o prefeito falou que não tem dinheiro. Tem casos de catarata que a pessoa pode acabar perdendo a visão se agravar demais. Ele (Abelardinho) não consegue fazer uma licitação de catarata. Eu me pergunto: se não tem dinheiro para fazer as cirurgias dessas 112 pessoas, ou pelo menos uma parte, como que uma administração tem R$ 152 mil para gastar com enfeite de festa? Chama as 112 pessoas que não estão enxergando para ver o enfeite e pergunta para o prefeito se é interessante. É uma questão de prioridade”, explanou o vereador.
O gasto com decoração foi alvo de requerimento assinado pelo próprio Edcarlos. Na justificativa do texto, ele pede explicações ao Setor de Cultura, uma vez que, apesar do alto custo com os enfeites, o parlamentar afirma que não encontrou gastos do Executivo com o fomento da cultura e o incentivo de artistas locais. Ou seja, a verba do setor estaria sendo utilizada, em sua maioria, para decoração. 
Outro ponto abordado pelo vereador diz respeito a falta de médico oftalmologista. Segundo ele, a fila de pacientes que esperam por consulta nesta especialidade também é grande em Bariri. 
“Alguém, por favor, ilumine a mente desses diretores. Fico indignado. Tem 112 na fila de catarata porque não tem oftalmologista também. Se pegar todo mundo que está sem passar por oftalmologista, vai aumentar o número de pessoas que precisam fazer cirurgia de catarata, pois muitos ainda não foram diagnosticados. Não tem ninguém coerente ou adulto nessa gestão. É a equipe inteira de Peter Pan”, finalizou Edcarlos.