Vereador sugere abertura de CEI para investigar gestão do Saemba em meio a mais um episódio de crise no abastecimento hídrico em Bariri
Mais uma semana de falta d’água em Bariri. Moradores de diversos bairros tomaram as redes sociais indagando sobre a paralisação do abastecimento no município e o tempo de regularização do serviço. Enquanto isso, a Prefeitura Municipal de Bariri tentou acalmar os ânimos e se explicar por meio de notas oficiais.
Domingo (16), o Serviço de Água e Esgoto do Município de Bariri (Saemba) informou que uma queda no sistema de energia elétrica do Manancial São Luiz deixou praticamente metade do município sem abastecimento hídrico. Já na segunda-feira (17), a justificativa do Poder Executivo para a falta d’água na região dos altos da cidade foi a queima na bomba do poço localizado no bairro Santa Helena. Apesar das postagens oficiais de explicações, a população continuou manifestando descontentamento nas redes sociais.
Em entrevista à nossa reportagem, o vereador Edcarlos dos Santos (PSDB) classificou o novo episódio de crise hídrica em Bariri como “incompetência administrativa”. O nobre lembrou que houve reajuste de 25% na conta de água, mas os problemas permanecem.
“O Poder Executivo tem sido falho, principalmente com relação à questão da água. Nós estamos falando de uma crise em cima de outra crise. Tudo isso só vem apontar uma única questão: é uma incompetência administrativa e uma falta de humildade muito grande para ouvir as pessoas. Eles estão se tornando “experts” em dar desculpas. Nós estamos falando de uma sequência de atrapalhadas. É realmente questão de incompetência, incapacidade e falta de gestão. Nós não estamos falando de um problema pontual; a população vem sofrendo a falta d’água, não é de hoje. Bariri está sofrendo com a falta d’água em lugares que nunca antes faltou. Sem contar a demora: os relatos afirmam que, da sexta para o sábado, eles já perceberam que a pressão da água aqui nos altos não era mais a mesma. Mas o Saemba só foi identificar o problema domingo à tarde. Quer dizer, o munícipe que não entende da parte mecânica conseguiu identificar o problema e as pessoas que estão à frente não conseguiram. É uma incompetência e quem paga por isso é o povo”, ponderou Edcarlos.
Para o parlamentar, uma das soluções cabíveis é a instalação de um gerador de energia elétrica na região do manancial, que abastece metade da cidade. Dessa forma, a instabilidade da rede não prejudicaria o abastecimento igual ocorreu nesta semana. Edcarlos ressaltou ainda que a prefeitura fechou o ano com um saldo positivo em caixa de aproximadamente R$ 11 milhões.
“Como uma prefeitura que fecha com saldo positivo, dinheiro do povo, e esse dinheiro não é revertido para a população? Por que não temos um sistema que identifica quando a bomba já não está funcionando de maneira correta? No manancial, a mesma coisa: por que lá não tem um gerador? O povo está sofrendo e parece que o administrador público sentou em sua cadeirinha, se fechou em seu casulo, com meia dúzia de pessoas..., mas ele precisa sair e visitar a população igual saiu na hora de fazer campanha. Quando você se fecha e coloca seus amigos para fazer gestão, é nisso que dá! Precisamos de profissionais; precisamos de quem sabe, de fato, fazer uma gestão pública eficiente para a população sofrer menos”, refletiu o vereador.
Por fim, Edcarlos sugeriu a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para que a Câmara Municipal de Bariri possa investigar, de forma precisa, a gestão do Saemba e decifrar todas as falhas. Atualmente, a autarquia Saemba é gerida por Eder Cassiola, que exerce a função de diretor superintendente com salário base mensal de R$ 5.678,55, de acordo com o Portal de Transparência.
“Já passou da hora de nós abrirmos uma CEI. Se chamar a pessoa na Câmara para dar desculpas, ele vai lá com todas as informações, fala o que quer e fica por isso mesmo. A Câmara tem que agir um pouco mais firme nesse sentido. Nós precisamos entender um pouquinho mais a fundo o que está acontecendo na gestão do Saemba. Passamos de um ano de gestão e uma crise hídrica que não acaba. Algumas cidades que estavam enfrentando crise hídrica já solucionaram, mas Bariri não: é falta d’água, queda de energia, queima de bomba... No caso do Saemba, seria o caso de nós provocarmos uma CEI e investigar um pouquinho mais a fundo a gestão, investigar os recursos e como eles estão lidando com todos os problemas. Eles têm qual solução? Nós temos uma bomba reserva de qualidade? Eles têm um sistema para medir a pressão da água? Lá no manancial, já se preocuparam em providenciar um gerador? Tem uma série de pontos que precisamos investigar por meio de uma CEI. Essa é uma gestão que não aceita conselhos e opiniões; as portas podem estar abertas, mas os ouvidos seguem fechados. Não há humildade para ouvir conselhos. Na Câmara, a gente faz relatos, requerimentos, ponderações, mas não somos ouvidos. Até recomendo ao prefeito que comece a andar no meio do povo, para ouvir as demandas e entender a população”, finaliza Edcarlos.
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