A EQUIPE OCULTA

A EQUIPE OCULTA

Antes de Abelardinho assumir seu mandato, já dizíamos que não daria certo. Claro que fomos criticados pelos torcedores mais afoitos do prefeito, que alegavam que estávamos sendo precipitados. Mantivemo-nos firmes em nossa convicção. Agora, quase na metade do mandato, o tempo está mostrando que estávamos certos. Muitos que nos criticaram, hoje nos apoiam. Mas por que vislumbramos tão cedo uma catástrofe administrativa, se não tínhamos uma bola de cristal? 
Expliquemos: Abelardinho não tinha e não tem nenhuma experiência em administração e foi fabricado por um velho lobo da política: Baleia Rossi, típico político que dá uma mão, mas cobra o braço em troca. Por isso, já chegou das praias estrangeiras furando fila. 
O candidato natural seria Airton Pegoraro (a cidade poderia estar melhor), mas, angariando o apoio dos caciques de cima do partido, foi escanteando quem surgia pela frente. Obteve, com um bom marketing, a vitória. Julgou-se esperto, porém, seu castelo de areia começou a desmoronar com a primeira onda. Achou que conseguiria dar sua cara à administração, sem “pagar” os apoios de campanha. Ledo engano. Já de início, deu a cara de Jaú. Surpreendendo até os mais próximos colaboradores de campanha, obrigou-se a nomear a equipe oculta. 
Isso mesmo, tinha a equipe que o apoiou durante a campanha, aquela que vestiu a camisa, levou a bandeira, pediu voto, e a outra que nem esses apoiadores próximos conheciam. Abelardinho fez o que não se faz na política: desdenhou de seus apoiadores, fechou os ouvidos aos verdadeiros responsáveis por chegar ao poder e achou que adoçando um meio de comunicação ou outro conseguiria surfar na tranquilidade administrativa. 
Só se esqueceu que na política a traição pode custar caro. Por mais que se esforce agora, ficará difícil juntar os cacos. Confiança, uma vez quebrada, dificilmente se cola mais. Os nomeados de Jaú se foram, todavia, a marca negativa da equipe oculta ficará para sempre.