Rotatividade de prefeitos desafia governabilidade, provoca instabilidade política e afeta população de Bariri
A cidade de Bariri tem enfrentado um período de instabilidade política marcado pela rotatividade de prefeitos nos últimos 13 anos. Essa sucessão de gestores à frente do Executivo municipal tem gerado incertezas, impactando a estabilidade administrativa e desafiando a continuidade de projetos e políticas públicas.
A rotatividade de prefeitos tornou-se uma característica preocupante em Bariri, onde nos últimos anos, a cidade testemunhou a saída de gestores por diferentes motivos, como afastamentos por questões de corrupção, morte e cassação. Essas mudanças frequentes têm prejudicado a continuidade de planos e ações governamentais, afetando a efetividade na prestação de serviços à população.
Em 2010, por diversas vezes o prefeito Benedito Senafonde Mazotti foi afastado do cargo após investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por fraude na compra de medicamentos para a rede municipal de saúde.
Os afastamentos foram resultado de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público. Segundo investigações feitas pelo Gaeco, uma farmácia emitia notas fiscais de venda de medicamentos à prefeitura, que pagava os valores das notas, apesar dos remédios não serem entregues. Depois, os valores pagos indevidamente eram desviados em favor da quadrilha.
Por conta dos afastamentos, o vice-prefeito Rubens Pereira dos Santos ficou nove meses no cargo. Em 18 de abril de 2011, Dito Mazotti retorna ao cargo e termina o mandato em 2012.
Em 1º de janeiro de 2013, assume Luis Gonzaga Febraro, mas seu mandato foi curto. Gonzaga morreu em maio daquele ano após sofrer um infarto fulminante. A vice-prefeita, Deolinda Antunes Marino, assumiu a cadeira do Executivo concluindo o mandato em 2016.
Nas eleições de 2016, apesar de ter sido o mais votado, a chapa de Francisco Leoni Neto (PSDB) teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral em virtude de condenações envolvendo o vice, Benedito Senafonde Mazotti, que foi barrado com base na Lei da Ficha Limpa. Por conta disso, o então presidente da Câmara, Paulo Henrique Barros de Araújo, assumiu a prefeitura de forma provisória no dia 1º de janeiro de 2017.
As conturbações políticas continuaram. Paulo Henrique foi preso em flagrante no dia 21 de abril de 2018 em um bairro da zona rural de Bauru, por raptar e abusar de uma menina de 8 anos, sendo afastado, mas não havia perdido o cargo de vereador. Em seguida, assume o Executivo o vice-presidente do Legislativo, Vagner Mateus Ferreira. Em julho daquele ano, os vereadores cassaram o mandato de vereador de Araújo após Comissão Processante, por quebra de decoro.
Em 3 de junho de 2018, os eleitores de Bariri foram às urnas em um pleito suplementar, tendo como vencedor o candidato Neto Leoni, finalizando o seu mandato em 31 dezembro de 2020.
Durante as eleições municipais de 2020, realizada em 15 de novembro, Abelardo Maurício Martins Simões Filho ganha e assume a cadeira no ano seguinte. Em exatamente 3 anos, na madrugada de 15 de novembro de 2023, Abelardinho é cassado por unanimidade pela câmara de vereadores por quebra de decoro parlamentar por envolvimento em supostas fraudes licitatórias. Assume a partir de então o vice-prefeito Fernando Foloni.
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