Arquiteta denuncia erro estrutural em lombada instalada em frente à Igreja Santo Expedito; alerta se prova real após chuva formar “piscinão” no local
A arquiteta e urbanista baririense, Monica Leite, utilizou as redes sociais para chamar a atenção das autoridades municipais e alertar sobre um erro estrutural em uma lombada instalada na avenida Perimetral Pref. Domingos Antonio Fortunato, em frente à Igreja de Santo Expedito.
Na publicação, Monica indica o prefeito Fernando Foloni (MDB), bem como o setor de Infraestrutura para observarem o erro. O maior problema são os alagamentos registrados no local, que podem se potencializar com a instalação errada da lombada. Com isso, a água da chuva pode chegar com facilidade ao interior da igreja.
“Venho mui respeitosamente, como cidadã baririense, arquiteta urbanista e fiel da comunidade de Santo Expedito, convidar o Prefeito Municipal Sr. Fernando Foloni, juntamente com os Setores de Infraestrutura e Urbanismo da prefeitura, a repensarem sobre o dispositivo retentor de velocidade colocado de forma errônea em frente aos portões/garagem da igreja. Todos sabemos que na época das chuvas, esse local sofre com alagamentos, dificultando a locomoção dos transeuntes, seja para acesso a igreja ou para a creche”, começa Monica.
“Com uma distância inferior a 12 metros estão locados dois obstáculos que, com as águas, formarão uma piscina fétida e podre, expondo a população a doenças, além de muito provavelmente inundar nossa paróquia. Como urbanista e cidadã, sugiro fortemente a imediata remoção do obstáculo para que esses problemas citados acima não venham a acontecer num futuro breve. Na minha análise, uma obra desnecessária, onde a verba poderia ter sido destinada a outras melhorias na cidade”, finaliza a arquiteta.
Em entrevista à nossa reportagem Monica explicou que observou o problema ao frequentar a igreja no último domingo (20), acompanhada de seu marido.
“Constatei que haviam implantado uma faixa elevada para travessia de pedestres em frente aos portões de acesso a carros da igreja. Esse novo dispositivo foi construído a menos de 12 metros da lombada, formando uma área de aproximadamente 61 m² ou 915 m³. Causou-me estranhamento esse segundo dispositivo, mas como estávamos em cima do horário deixei para averiguar ao término da missa. É sabido pela população e pelas autoridades, que essa área é propensa a alagamentos e inundações na época das chuvas pela falta de drenagem das águas. O tubo instalado na faixa, de aproximadamente 4 polegadas (10,16 cm), não suportará a vasão das águas e transbordará, inundando a calçada e, por conseguinte a igreja. Não ocorrendo o escoamento, a água ficará represada nesse piscinão, explica.
Segunda-feira (21), Monica foi até ao Paço Municipal de Bariri, onde participou de uma audiência com Fernando Foloni e com o chefe de gabinete, Paulo Egídio Grigolin. Eles disseram à ela que a verba para a construção das faixas pela cidade foi enviada pelo Detran, e a construção foi executada pela empresa contratada pela prefeitura via licitação.
A justificativa dada pelo Poder Público ainda discorreu que o local escolhido no projeto inicial, seria defronte à Creche Profª Leonor Mauad Carreira, mas o Setor de Engenharia da empresa contratada optou por mudar o projeto e colocar a faixa em frente à igreja por já conter uma lombada no local. Ainda de acordo com a explicação de Foloni e Grigolin, a engenharia da empresa contratada aproveitou-se que no local já havia um equipamento de controle de velocidade, e instalaram a faixa elevada, sem fazer um estudo mais criterioso e detalhado do local.
Para isso, a empresa teria se baseado na Resolução do CONTRAN nº 738 de 06 de setembro de 2018, Art. 3º: “A faixa elevada para travessia de pedestres não deve ser utilizada como dispositivo isolado, mas em conjunto com outras medidas que garantam que os veículos se aproximem numa velocidade segura da travessia, tais como: o controle da velocidade por equipamentos, alterações geométricas, a diminuição da largura da via, a imposição de circulação com trajetória sinuosa e outras”.
No entanto, Monica afirma que a empresa descumpriu imposições da mesma resolução: “Inciso I (Comprimento da plataforma: igual à largura da pista, garantidas as condições de drenagem superficial) e Inciso V (O sistema de drenagem deve ser feito de forma a garantir a continuidade de circulação dos pedestres, sem obstáculos e riscos à sua segurança)”.
A arquiteta finaliza explicando que todos os estudos sobre o caso, bem como imagens e medições serão anexadas à um oficio que será enviado ao Detran e Diretoria de Obras, com solicitação para remoção da lombada.
“Segundo o Ipmet Unesp Bauru, a estação de maior precipitação iniciará em 24 de outubro de 2024 e se entenderá até 24 de março de 2025. Calcula-se que o índice pluviométrico no último trimestre do amo atingirá uma média de 450 mm a 500 mm. Essas informações, fotos, medições e cálculos, resultarão em um ofício destinado ao Detran e ao Setor de Obras do Município, demonstrando a real necessidade da remoção da faixa elevada implantada em frente aos portões da Igreja de Santo Expedito”, conclui.
O ofício será redigido pela arquiteta com auxílio jurídico do advogado dr. César Carra, membro do Rotary Club.
O alerta dado por Monica se provou real na noite desta quarta-feira (23). A área onde foi instalada a nova lombada causou um ponto de alagamento que formou uma espécie de “piscinão”, atingindo o calçamento da igreja e preocupando fiéis. Imagens da situação do local foram publicadas pelo Padre Eriko Tiago Nogueira nas redes sociais.
“Fico imaginando se teve projeção. Quem fez esse projeto? Um absurdo, complicando grande parte da avenida. Totalmente sem noção essa engenharia”, comentou uma internauta.
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