Baririense que aguarda cirurgia ortopédica envia ao Legislativo reclamação sobre a Diretora de Saúde; Irene Chagas alega depender do sistema CROSS

Baririense que aguarda cirurgia ortopédica envia ao Legislativo reclamação sobre a Diretora de Saúde; Irene Chagas alega depender do sistema CROSS

Na sessão ordinária desta segunda-feira (01), um e-mail endereçado ao presidente da Câmara Municipal de Bariri, Airton Pegoraro, foi lido no momento das “correspondências recebidas”. O texto é uma espécie de desabafo de uma mulher que teve a identidade preservada. 
No conteúdo, ela relata que atua como segurança privada, mas está sem exercer a atividade profissional desde 2023, após sofrer um acidente. Desde então, a munícipe alega que precisa com urgência de uma cirurgia ortopédica, que já acionou a Diretora Municipal de Saúde, Irene Chagas, por várias vezes, mas que teve sua solicitação ignorada. Confira abaixo o relato na íntegra:

“Senhor Presidente da Câmara, Airton Luiz Pegoraro. Venho através desse e-mail pedir encarecidamente socorro, pois sou segurança privada e, desde setembro de 2023, sofri um acidente onde tive vários rompimentos de ligamentos de meu pé esquerdo, e várias micro fraturas no maléolo. Desde então, há exatamente 10 meses, peço por socorro na Saúde e à nossa diretora de Saúde (Irene), por eu precisar de uma cirurgia e estar impossibilitada de voltar ao trabalho. 
Ela vem sempre com a mesma resposta: que tenho que aguardar, não tendo bom senso e muito menos vontade. Se meu caso não fosse de urgência eu não estaria aqui indignada com tal respostas que tenho da diretora de saúde, Sempre fugindo quando procuramos pra ter alguma posição.
Não tenho condições em pagar uma cirurgia de reconstrução ligamentar. Se eu for ficar na fila, o próprio médico que passei do AME me disse que vou ficar muito tempo esperando. Sei que a diretora da Saúde tem meios que poderia adiantar meu processo no atendimento pra essa cirurgia, mas ela só pensa em si própria, e os munícipes nada.
Tenho uma mãe de 78 anos com problemas de saúde; será que ela ia querer ver a mãe dela passando o mesmo que a minha? Principalmente, dificuldades dentro de casa? Ou será que por eu ser oposição tenho que pagar um alto preço, correndo certos riscos – como por exemplo, já perdi o movimento do dedão do pé.
Desde já agradeço e deixo aqui a minha gratidão por ter pessoas como vocês: Airton Pegoraro, Myrella Soares, Leandro Gonzalez e Edcarlos, que realmente se preocupam com a população.”

 

O que diz Irene Chagas?

Questionada pela reportagem do Noticiantes, a Diretora Municipal de Saúde, Irene Chagas, enviou a seguinte nota:

“Essa paciente precisa de uma cirurgia que está referenciada pelos hospitais Estadual (Bauru) e de Botucatu. Quando são atendimentos de alta complexidade, nós dependemos da tramitação do CROSS. Não depende da boa vontade da diretora ou dos agentes administrativos. Dependemos dessa destinação de vagas do sistema para encaminhar os munícipes. Eu atendi essa pacienta na Casa Rosa há alguns dias. Nunca neguei atendimento a ela, mas a situação é essa: dependemos exclusivamente do sistema CROSS”.

 

Sobre o Sistema CROSS

A Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS) é um sistema unificado criado pela Secretaria Estadual de Saúde. A ferramenta auxilia na distribuição, regulação e controle dos recursos disponíveis nos âmbitos pré-hospitalar, ambulatorial e regulação entre regiões. 
É, ainda segundo a Pasta, atualizado pelos próprios médicos, a fim de buscar os melhores recursos e atendimento (leitos, exames, cirurgias e medicamentos) para o paciente. Na teoria, o CROSS não é considerada uma fila de espera. A decisão de quem tem a prioridade é de médicos e segue de acordo com os prognósticos, ou seja, leva em conta o menor risco do paciente e a maior chance de alcançar o resultado com a utilização de determinado recurso.
A lei 17.745, em vigor desde setembro de 2023, obriga o Governo do Estado a dar publicidade à ordem de espera de pacientes que aguardam procedimentos regulados pelo Cross. A informação, segundo especialistas, diminui a ansiedade do paciente, permitindo organização e planejamento para o momento da realização do procedimento. Para isso, o Estado deve disponibilizar as listas em um portal para consulta, pela internet ou presencialmente, nas unidades de saúde.