Gilson pede respeito à sua família e cita “pessoa em desvio de função que recebe salário de R$ 30 mil”; professores afastados para assumirem cargos comissionados também viram pauta na Câmara de Bariri

O vereador Gilson de Souza Carvalho (PSB), fez um discurso acalorado durante a Palavra Livre da Sessão Ordinária desta segunda-feira (05). Sem citar nomes, o nobre mostrou preocupação com aquilo que definiu como “desvios de função e finalidade”. Ele culpabilizou o prefeito Airton Pegoraro (Avante) e fez um alerta.
“Os servidores não têm culpa de uma má gestão. A culpa é do gestor, que não está colocando no papel o que pregou. Aí fica difícil! Os maiores desvios estão na Saúde e na Educação. Não há boa vontade ou ordem do próprio Executivo. A diretora de Saúde é nova; está vindo de uma empresa privada e, talvez, não tenha noção dos desvios de funções, principalmente quando vem dinheiro federal – aí, tem que tomar um certo cuidado, porque está inquirindo em crimes”, começou Gilson.
Na sequência, o vereador repercutiu as notícias da semana anterior, quando foi destaque na imprensa regional (e até mesmo em portais nacionais), por ter virado réu por perseguição em uma ação penal do Ministério Público.
Gilson é acusado de perseguir politicamente a professora Dayane Marci Fonseca da Silva, ex-orientadora da Univesp Polo Bariri. Ao ser exonerada pelo prefeito Airton Pegoraro (Avante) no início do ano, Dayane representou contra Gilson no MP e a ação foi acatada pelo Promotor de Justiça dr. Nelson Aparecido Febraio Junior, que posteriormente, denunciou o vereador ao Judiciário, recebendo aval do juiz dr. João Pedro Vieira dos Santos, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que acatou a denúncia e tornou Gilson réu. Ele nega as acusações.
Algumas notícias relacionaram o caso a algo dito pela denunciante ao MP: que as supostas perseguições de Gilson teriam começado após ela ter chamado a atenção do enteado do vereador, anos atrás, em uma unidade de ensino em Bariri. Gilson alega que nunca foi em qualquer reunião escolar de seu filho e pediu respeito para com sua família.
“O que eu não entendo, de forma alguma, é utilizar a família para atingir objetivo pessoal. Isso não é cabível e não deve ser aceito por nenhum vereador. A nossa família tem que ficar isenta. Quero manifestar minha indignação, pois continuam usando indevidamente meu filho para me atingir pessoalmente. São pessoas sem escrúpulos, baixas, sujas e injustas. Os ataques a uma pessoa que não tem nada a ver, eu não posso admitir. Os documentos que estão sendo levados ao Judiciário, mostram que ele não tem nada a ver. Tenho as costas largas e estou preparado para aceitar tudo, mas o que eu não vou aceitar mais é usar a minha família para me atingir pessoalmente. Façam o que quiserem com o Gilson, mas deixem meu filho e minha esposa fora disso”, pediu emocionado.
Voltando ao assunto inicial do discurso, Gilson afirmou que, supostamente, há pessoas ganhando R$ 30 mil por mês e que o prefeito “deixa” essa pessoa em desvio de função. O parlamentar não citou nomes, mas o discurso deu a entender que ele se referiu à sua denunciante, professora Dayane Marci.
“Se ela for exonerada ela tem depressão. Entrega vários atestados, mas não foi nenhuma vez enviado para o INSS assim como os outros servidores fazem. É um conluio! O Judiciário está enxergando que já passou do limite. O juiz está vendo a maldade que está ocorrendo no município. Chegou notícia hoje que essa pessoa não vai ter mais dor; não vai ter mais depressão; não vai ter mais nada, porque está novamente desviada de função. Assim que exonerada, começou a entregar atestados, ganhando R$ 30 mil. Não estamos perseguindo ninguém; mas falando de uma injustiça e de um ataque pessoal de pessoas maldosas, que não querem sair da mamata de nomeação. Fica aqui meu desabafo e o pedido: parem de atacar o meu filho que não tem nada a ver com isso! Deixem minha família fora disso!”, finalizou.
Pedindo uma parte, a vereadora Aline Prearo (Republicanos), comentou sobre uma informação de bastidores, sobre professoras da Rede Municipal de Ensino de Bariri, que seriam afastadas de suas funções para ocuparem cargos comissionados.
“Me lembro que, em 2017, o Ministério Público oficializou que fosse feito um concurso para cargos de gestão em nossa cidade. Agora, estão faltando muitos gestores nas escolas. Oficialmente, teria que ser feito concurso público novamente, mas o prefeito atual está afastando professores para que assumam esses cargos vagos. Então, fica minha pergunta ao senhor prefeito: isso é legal? Ao meu entender, diante da situação do MP, teria que ser feito um novo concurso para preencher esses cargos”, observou Aline.
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