Leticia Fanton Cantazini- Presidente da associação focinho carente
Noticiantes: Como e quando surgiu a Associação Focinho Carente de Bariri?
Letícia: O Focinho Carente surgiu em 2015, com o intuito de melhorar as condições críticas que se encontrava o abrigo de animais, que basicamente era um “depósito” de animais e os cães e gatos que lá viviam não tinham qualidade de vida.
Hoje, o cenário mudou totalmente. A estrutura ainda requer melhorias e ampliações, porém, os animais são felizes, vacinados e castrados.
Noticiantes: Atualmente, quantos animais são atendidos pela instituição? Todos são vítimas de maus-tratos e abandono?
Letícia: O número de animais que moram no abrigo é muito alto, aproximadamente 250, todos vítimas da irresponsabilidade humana. Por isso, o local se encontra com SUPERLOTAÇÃO MÁXIMA. Todas as baias estão lotadas. Não há local para acolhimento de novos animais. É necessário ampliação!
Noticiantes: Um dos últimos casos atendidos em relação a maus-tratos foi o de uma égua resgatada em sofrimento. Como ocorreu o atendimento e como está o animal atualmente?
Letícia: O animal se encontrava em um terreno, estava sofrendo maus-tratos, sem alimentação adequada e sem água. Infelizmente, a situação já estava muito crítica e, apesar de todo esforço, ela não resistiu.
Noticiantes: Em todos esses anos de trabalho em prol da causa animal, qual foi o caso mais marcante para você?
Letícia: Já presenciamos vários casos tristes e graves de maus-tratos. Um dos mais chocantes foi o caso do cãozinho Pirata, que estava praticamente “apodrecendo” dentro do quintal dos donos. Totalmente desnutrido, caquético e com a boca cheia de bicheira.
Noticiantes: Qual é o grande desafio do Focinho Carente atualmente?
Letícia: Um dos nossos maiores problemas é a superlotação, pois não temos mais onde colocar animais! Cachorros são territorialistas e brigam, muitas vezes, se machucando feio! Conseguimos fazer muitas melhorias na estrutura física do espaço, porém, a cada espaço novo que conseguimos adequar, mais e mais é o número de animais para acomodar, então esse ciclo nunca tem fim.
Fora isso, as dificuldades financeiras são um grande desafio. Os atendimentos, internações e cirurgias nas clínicas veterinárias têm um custo alto... estamos devendo mais de R$ 20 mil em clínicas.
Noticiantes: Na sua opinião, faltam políticas públicas mais severas para combater maus-tratos a animais em Bariri? Como essa situação poderia ser revertida?
Letícia: Sim. Atualmente, temos a Lei Federal e também a Lei Municipal, porém ainda não está sendo aplicada em nosso município!
Noticiantes: Quantos quilos de ração são consumidos por mês?
Letícia: Os cães consomem em média 70 kg de ração por dia, ou seja, 2.100 kg no mês. Os gatos consomem aproximadamente 600 kg por mês. Além da ração, muitos animais precisam de sachês! Por isso, precisamos muito da ajuda da pulação com doações de ração, pois não vencemos comprar! Estamos gastando mais de R$ 6 mil por mês só com ração! Quem puder colaborar é só levar direto no abrigo ou então passamos buscar.
Noticiantes: Comente sobre o evento Arraial Solidário, que vai acontecer neste sábado.
Letícia: O evento será sábado no Barracão, a partir das 19h, em prol de entidades de Bariri. Cada entidade estará vendendo comidas e bebidas! Nós, do Focinho Carente, estaremos com crepe suíço, quentão, vinho quente e chocolate quente! A entrada é franca e terá música ao vivo, com ambiente decorado! Convidamos toda população para participar e ajudar as entidades!
Noticiantes: Como se tornar voluntário ou ajudar a instituição de alguma forma?
Letícia: Para se tornar um voluntário ou colaborar é só entrar em contato conosco através da nossa página do Facebook! Tem várias formas de colaborar, precisamos sempre de ração, produtos de limpeza e ajuda para pagar as clínicas veterinárias.
Noticiantes: O Noticiantes agradece sua participação e deixa o espaço aberto para suas considerações finais.
Letícia: Agradeço pelo espaço. Quero aproveitar para informar que estão acontecendo as castrações gratuitas (para famílias de baixa renda). Quem tem animais que precisam ser castrados, deve fazer o cadastro na Vigilância Epidemiológica das 7h às 13h.
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