Vereadores de Agudos aprovam projeto polêmico de adiantamento de viagens sem prestação de contas

Vereadores de Agudos aprovam projeto polêmico de adiantamento de viagens sem prestação de contas

Na última sessão da Câmara Municipal de Agudos, os vereadores aprovaram um projeto controverso que modifica a política de adiantamento de viagens. O Projeto de Resolução nº 003/2024, de autoria da mesa diretora presidida por Auro Octaviani (MDB), permite que vereadores e servidores da câmara recebam adiantamentos para viagens sem a necessidade de prestar contas dos gastos.
Segundo o projeto, cada vereador terá direito a uma quantia diária para viagens, e se gastar menos do que o previsto, não será necessário devolver o excedente. Para viagens à capital paulista, por exemplo, a diária será de R$ 680. Se um vereador precisar passar dois dias em São Paulo, ele receberá R$ 1.360,00, adiantados pela câmara.
O texto também estabelece valores diferenciados para adiantamentos de acordo com o destino e a quilometragem. Viagens a municípios até 200 km receberão R$ 300, enquanto destinos a mais de 200 km, exceto a capital, terão diárias de R$ 450. Viagens a Brasília ou outras capitais estaduais terão diárias de R$ 850.
Auro Octaviani defendeu a medida argumentando que esta prática já é adotada em outras localidades e que o Tribunal de Contas segue um modelo semelhante. Segundo Octaviani, o objetivo é simplificar o processo de indenização das despesas de viagem.
No entanto, a proposta enfrentou resistência de alguns vereadores devido ao artigo que dispensa a apresentação de notas fiscais. André Ottaviani (Podemos), Joster de Mello (PRB), Kukão (PRB) e Pedrinho (PROS) votaram contra o projeto, alegando que a ausência de prestação de contas pode ser vista como um aumento disfarçado de salário e que a prática pode abrir margem para abusos e corrupção.
De acordo com a resolução, as diárias são destinadas a cobrir despesas com alimentação, hospedagem e transporte no destino, enquanto os adiantamentos de numerário cobrem passagens, taxas de embarque e pedágios, estes últimos devendo ser comprovados. A diária será proporcional ao período de afastamento, calculada de acordo com a duração da viagem.
O projeto isenta vereadores ou servidores da obrigação de apresentar notas fiscais para despesas indenizadas por diárias, mas exige um relatório de atividades ao retorno, comprovando a participação nos eventos ou órgãos visitados. 

Fonte: Folha de Agudos