Myrela denuncia ao Ministério Público suposta negligência da Diretora de Saúde em relação à epidemia de dengue em Bariri

Myrela denuncia ao Ministério Público suposta negligência da Diretora de Saúde em relação à epidemia de dengue em Bariri

Em meio à crescente preocupação com a epidemia de dengue que assola o município de Bariri, a vereadora Myrella Soares da Silva (União Brasil), protocolou denúncia formal no Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), na Comarca de Bariri. A denúncia tem como alvo a Diretora de Saúde do município, Irene Chagas do Nascimento, acusada de omissões e negligências que teriam contribuído para a propagação da doença.
A representação baseia-se nas declarações do agente de combate a endemias Rodrigo Reis Vilela, que durante a sessão camarária de 5 de fevereiro de 2024, afirmou que a Prefeitura Municipal de Bariri foi alertada pela Diretora de Saúde, desde outubro de 2023, sobre um alarmante aumento de larvas nas residências locais. A denúncia sugere que esses dados foram supostamente ocultados pela Administração Pública, contribuindo para a disseminação da epidemia.
Segundo as informações apresentadas na denúncia, o índice larval tolerável, conforme a Secretaria Estadual de Saúde, é de 1,0. No entanto, em outubro de 2023, o índice em Bariri já atingia preocupantes 4,1, chegando a 5,53 em janeiro de 2024. A denúncia alega que, diante dessa situação crítica, a resposta da Diretoria de Saúde foi insuficiente.
Um ponto adicional destacado na denúncia é a falta de acesso a repelentes por parte dos servidores públicos do setor de combate a endemias, que atuavam em áreas de alta transmissibilidade de dengue. Essa carência teria contribuído para a contaminação e óbito da servidora pública Daniele Joana Ramos Caçador da Silva, sendo suprida somente um dia após seu falecimento.
Diante das alegações apresentadas, a vereadora Myrella Soares da Silva solicita ao Ministério Público a abertura de uma investigação para apurar as possíveis omissões e negligências por parte da Diretoria Municipal de Saúde. Destaca-se a necessidade de averiguar a falta de providências na divulgação do aumento iminente de casos de dengue, bem como a demora na implementação de medidas preventivas.
A denúncia enfatiza que a possível letargia de quatro meses da diretoria de saúde e demais representantes do Executivo teria contribuído para inserir a população de Bariri em uma situação lamentável de epidemia de dengue, causando danos irreparáveis aos cidadãos dependentes da saúde pública.
A vereadora conclui a representação, destacando que as medidas necessárias para conter a epidemia não demandavam exclusivamente aporte financeiro, uma vez que os meios de comunicação poderiam disseminar informações à população gratuitamente. Além disso, destaca a possibilidade de implementação de medidas preventivas em parceria com escolas municipais e a comunidade civil, sem onerar o município, lamentando que tais ações só tenham ocorrido recentemente após a trágica morte da servidora Daniele Joana Ramos Caçador da Silva.

 

Irene Chagas

Nossa reportagem entrou em contato com a diretora de Saúde, Irene Chagas, que enviou a seguinte nota:

“A Diretoria de Saúde está na mais extrema tranquilidade pelas ações que eu e minha equipe vínhamos fazendo desde o mês de outubro. Tudo o que foi possível fazer para nos prepararmos para essa guerra, que está nas mãos da Secretaria de Saúde, dentro das ferramentas que eu tenho, a gente fez e seguimos fazendo. Eu e minha equipe estamos com a consciência supertranquila pelas ações que iniciamos, desde quando a Vigilância Epidemiológica trouxe o alto índice larvário. Fomos nas rádios e expomos nossa preocupação com a limpeza pública. Eu e a Neuziely (chefe da Vigilância Epidemiológica) pedimos uma pauta com a Promotoria de Justiça de Bariri para falar sobre a situação. Enfim, eu recebo essa notícia com a maior tranquilidade do mundo, pois tudo o que pôde ser feito e programado, nós realizamos.”