Vereadores cobram explicações de Abelardinho sobre exoneração repentina de Denise Sgavioli da Santa Casa de Bariri
A demissão sem justa causa da ex-gestora da Santa Casa de Misericórdia de Bariri Denise Sgavioli continua repercutindo no município. Na quinta-feira (13), o prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB) repentinamente trocou Denise pela diretora de Saúde Marina Prearo, cargo de confiança da gestão.
Na sessão legislativa desta semana, a vereadora Myrella Soares (União Brasil) encaminhou requerimento a Abelardinho solicitando explicações sobre a exoneração repentina de Denise Sgavioli. “Ao Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal, que forneça informações sobre o motivo que levou ao desligamento da gestora da Santa Casa e se essa decisão colocará, de alguma forma, em risco o atendimento dos munícipes”, diz o texto.
Na deliberação do requerimento, Myrella, Edcarlos dos Santos e Leandro Gonzalez comentaram sobre a polêmica exoneração – algo que grande parte dos internautas baririenses cobrou no decorrer da semana. Confira abaixo trechos importantes do posicionamento dos nobres acerca do assunto:
“Santa Casa de Bariri não pode ser palco político” – Myrella Soares (União Brasil)
“Gostaria de deixar claro aqui que nem todos os vereadores eram cientes do que aconteceu. Então, como vários deslizes que o prefeito cometeu, eu entendo que, se realmente existiam motivos, existia algum indício de irregularidade, algum indício de má-fé ou de uma conduta errada da gestão, que ele traga isso ao público. Certas questões não são atribuições nossas. Foi uma decisão totalmente administrativa do prefeito, que não precisa da nossa aprovação ou não. Nessa questão da Santa Casa, nós fomos pegos de surpresa. Eu não posso falar por todos os vereadores, mas pelo menos da minha parte, eu não tinha qualquer senso do que estava acontecendo. Então, se realmente existiu algum erro de conduta, seja ele de natureza política, seja ele de natureza administrativa, que isso seja público. Eu acho que isso faria com que a população não ficasse tão apreensiva, faria com que os profissionais médicos não precisassem tentar interferir e colocar em risco a saúde da nossa população. O ato foi administrativo ou foi político? A Santa Casa de Bariri não pode ser palco político para político algum. Se isso aconteceu no passado, não está certo. Se eles pensam em fazer isso daqui para frente, também estão errados.”
“Dr. Gonzaga foi rifado em praça pública pelo prefeito” – Edcarlos dos Santos (PSDB)
“Conduta errada não é critério para o prefeito mandar ninguém embora. Se o prefeito usasse o critério de conduta para dispensar diretores, o superintendente do Saemba jamais estaria exercendo o cargo. Se fosse por conduta errada, a diretora de Educação também não estaria no cargo – porque o superintendente do Saemba foi fruto de uma CEI, e a diretora de Educação está sendo alvo de investigação. O prefeito certamente dispensa alguém quando a pessoa é contrária aos seus interesses. À Câmara, cabe investigar, auxiliar, sugerir, dar opiniões e conselhos. Esse é o nosso papel. É muito importante essa Câmara ter acesso aos motivos que realmente levaram a dispensa da Denise. O dr. Gonzaga foi rifado em praça pública pelo prefeito. Quando o Ministério Público e a polícia invadiram a Santa Casa no dia 14 de maio de 2021 para uma busca e apreensão, quando a casa caiu, quando os primeiros podres começaram a aparecer, quem deu a cara a tapa? Quem se colocou como escudo? Foi o dr. Gonzaga! Ele não apenas estava ajudando a população, mas salvando a pele do prefeito Abelardinho. Dr. Gonzaga usou todo seu prestígio para trazer respeito – principalmente para a Justiça. Usou sua credibilidade para dar segurança aos funcionários, à população, mas também foi um escudo do prefeito. Depois de tudo, o prefeito vem a público e diz: ‘quem manda na Santa Casa sou eu’. Como disse o dr. Gonzaga, ele pensa que é um imperador. Se assemelha mais a Nero, porque parece que ele se tornou prefeito para tacar fogo na cidade e destruir o que outras pessoas construíram. Eu entendo que o prefeito pode fazer mudanças, mas ele não precisava fazer isso como um médico conceituada como o dr. Gonzaga, que ajudou ele num momento difícil. Tratar o dr. Gonzaga como adversário, como inimigo, como um alvo a ser abatido foi cruel, triste e lamentável. O prefeito não pensa duas vezes para derrubar qualquer um que faça sombra a seu trono.”
“Santa Casa foi assunto por conta de teatros inconsequentes e politiqueiros do prefeito” - Leandro Gonzalez (Podemos)
“Muito oportuno o requerimento da vereadora Myrella. Infelizmente, a Santa Casa foi assunto em alta novamente e por conta de teatros inconsequentes e politiqueiros do prefeito. Em algumas entrevistas, o prefeito disse que estavam fazendo politicagem em cima da decisão dele. Isso é uma mentira! A Santa Casa vivia uma instabilidade, todo mundo sabe. Quando essa administração assumiu, precisava de nomes, de pessoas de boa índole, com credibilidade perante a sociedade. Conseguiram algumas pessoas e, dentre essas pessoas, o dr. Gonzaga e o dr. Renato se manifestaram para participar do conselho. Pessoas que dispensam qualquer tipo de comentário. O contexto que a gente chega é que essas pessoas foram usadas momentaneamente, para depois o prefeito meter o pé. O prefeito tomou essa decisão por alguns fatores: um deles por politicagem; outro porque o dr. Gonzaga é um cidadão, não um político, apartidário. Ele acabou defendendo alguns deputados nas redes sociais e isso é democrático, ele faz o que ele bem entender! Até mesmo porque o prefeito, durante dois anos, praticamente só fez propaganda para o candidato do MDB. Até verbas que o candidato dele não destinava para Bariri, o prefeito atribuiu a ele. Então, se o dr. Gonzaga resolveu agir e fazer propaganda, para o candidato dele enquanto cidadão, ele pode fazer isso. Perante toda a contribuição que o dr. Gonzaga fez até agora na Santa Casa, quem é o prefeito nessa história toda? Pessoas apartidárias como o dr. Gonzaga e o dr. Renato não ficam puxando sardinha para o lado de ninguém. Estão ali para fazer as coisas corretas, conforme determina a lei, sem favorecer ninguém – ao contrário de pessoas indicadas controladas pelo prefeito. A Denise vinha fazendo um trabalho correto. Não obtivemos nenhuma informação de irregularidades. Não é isso que a população gostaria que acontecesse. O prefeito tem que tomar cuidado com os seus atos. A prefeitura não é um banco imobiliário onde ele faz o que quer. Não é assim que um prefeito deveria se comportar.”
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