Coordenador da campanha eleitoral Abelardo-Foloni, acusado de desviar bens da cozinha da Santa Casa de Bariri, é condenado a mais de seis anos por peculato
Ministério Público do Estado de São Paulo informou, nesta semana, que a Justiça condenou um ex-funcionário da Santa Casa de Misericórdia de Bariri a seis anos e oito meses de prisão, no regime semiaberto, pelo crime de peculato. O réu, que não teve o nome revelado (o processo corre em segredo de Justiça) poderá recorrer da decisão, já que a condenação é em 1ª instância.
Segundo apurado pela reportagem do Noticiantes, o indivíduo tinha certa proximidade com ex-prefeito de Bariri, Abelardo Simões (MDB) e com o atual, Fernando Foloni (MDB), já que atuou como coordenador da campanha política Abelardo-Foloni nas Eleições 2020, além de também ter trabalhado na transição de governo.
A ação criminosa de peculato caracteriza-se pela apropriação efetuada pelo funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. O caso aconteceu em janeiro do ano passado, quando a direção da Santa Casa formalizou boletim de ocorrência na Polícia Civil de Bariri, ao perceber a falta de itens básicos e equipamentos da cozinha do hospital.
“Denunciado pelo promotor de Justiça Nelson Aparecido Febraio Junior, o réu ocupava função no setor administrativo e aproveitou-se das facilidades do cargo para se apropriar de bens e utensílios de cozinha sob a falsa justificativa de que os itens seriam usados em eventos beneficentes. Contudo, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, as autoridades encontraram uma verdadeira cozinha industrial montada, às custas da Santa Casa, na residência do homem”, disse a Promotoria por meio e nota.
O mandado de busca e apreensão na residência do acusado foi cumprido em 17 de janeiro. No endereço do réu, a Polícia Civil recuperou itens como: mesa, pia de inox, fogão industrial, panelas de grande porte, lixadeira, entre outros bens de menor valor.
“A audácia do acusado foi tamanha que, já tendo ele desviado e se apropriado de um retroprojetor da entidade, passou a cometer novos crimes para justificar sua anterior conduta criminosa”, cita a denúncia assinada pelo dr. Nelson.
Os “novos crimes” citados pelo promotor seriam possíveis fraude processuais, cometidas pelo acusado, na apresentação de documentos e conversas para justificar a propriedade de um bem desviado do hospital. Segundo apurado pelo MP, o ex-servidor chegou a forjar uma troca de mensagens, via WhatsApp, para justificar a propriedade de um retroprojetor, também desviado da Santa Casa. O réu já havia sido exonerado antes mesmo da sentença.
O que diz o réu?
Nossa reportagem entrou em contato com o réu, mas não obtivemos resposta. Salientamos que o espaço para manifestações sobre a recente condenação judicial continua em aberto.
Anteriormente, no documento intitulado “Termo de Declarações”, anexado ao inquérito da Polícia Civil, o réu alegou que, a respeito do furto, “não sabe informar sobre o sumiço dos itens desde 13 de outubro de 2022, mas informa que a porta da cozinha da Santa Casa de Bariri não tem tranca e estava amarrada com uma corrente, informando que desde 2020 guarda os itens em sua residência, dizendo ainda que, na quermesse realizada em dezembro de 2022, a porta teria sido forçada e estaria quebrada, reforçando o motivo para a guardar os itens relacionados a eventos em sua casa”.
Sobre os objetos apreendidos em sua casa (tacho, galão de 50 litros, fogareiro industrial, facas, pia e liquidificador), ele afirmou que “estes itens estariam em sua posse pois os mesmos são utilizados em eventos da Santa Casa, e que utilizava os itens dentro de sua residência para ajudar nos eventos”.
Por fim, disse que “todos os participantes da comissão de eventos sabiam que os itens se encontravam em sua residência”, uma vez que ele era responsável pela realização dos eventos do hospital.
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