Paróquia de Itapuí recebe raríssima relíquia italiana com fragmento ósseo de São Benedito, em comemoração aos 500 anos de nascimento do santo

Paróquia de Itapuí recebe raríssima relíquia italiana com fragmento ósseo de São Benedito, em comemoração aos 500 anos de nascimento do santo

Por Thaisa Moraes

A Paróquia Santo Antônio de Pádua, de Itapuí, foi agraciada com um item raríssimo e muito especial: um fragmento ósseo do corpo de São Benedito, cuja capela instalada no município celebrará, neste final de semana, a festa de 500 anos de nascimento do padroeiro.


Em entrevista à nossa reportagem, Padre Danilo Rosa, pároco de Itapuí, comentou sobre o processo burocrático realizado pela paróquia, até a chegada da relíquia ao município.

“Em conversa com o Pe. Amauri Thomazzi, da Arquidiocese de Campinas e contemporâneo de faculdade, descobrimos que os Frades Menores Franciscanos da Sicília, Itália, estariam em peregrinação pelo Brasil, por algumas dioceses, entre as quais Campinas, para entregar a algumas Paróquias e irmandades ligadas a São Benedito, relíquias contendo fragmentos ósseos do corpo do santo. Através do Pe. Amauri e da Sra. Maria Clara, de Campinas, nossa paróquia solicitou oficialmente o pedido de uma destas relíquias para a devoção em Itapuí na Capela dedicada a São Benedito”, salienta Pe. Danilo.

 

Ao cumprir os requisitos e exigências propostas pelos frades italianos, a Paróquia obteve a relíquia, entregue diretamente pelas mãos dos Freis Fernando e Marcelo. O item sagrado foi recebido por Pe. Danilo, durante missa celebrada na Paróquia São Geraldo Magella, de Campinas, em 16 de agosto. Uma comitiva formada por 15 paroquianos itapuienses acompanhou o pároco. Presidida por Pe. Amauri, a missa foi co-celebrada também por Pe. Danilo e pelos freis italianos que não falam português. Por esse motivo, uma tradutora foi contratada para traduzir (do italiano para o português) a parte celebrada pelos religiosos aos féis presentes na celebração. 

“A relíquia consiste em um pequeno fragmento ósseo do corpo do Santo, conservado em uma pequena teca, devidamente selada e autentificada pelo Arcebispo de Palermo (Itália). Em 2023, um grande incêndio ambiental atingiu o Convento de Santa Maria de Palermo, cidade onde São Benedito viveu e onde seu corpo, ainda intacto, era conservado na capela do convento. Como as chamas atingiram rapidamente parte do convento e, sobretudo, a capela onde estava o corpo, os freis franciscanos ali residentes não conseguiram tirá-lo antes do incêndio atingir o local. Após o fogo ter sido contido, os restos mortais do santo negro foram recolhidos e colocados em tecas”, explica o pároco.

Neste ano de 2024, a Igreja Católica comemora 500 anos do nascimento de São Benedito. Para a celebração, os frades franciscanos de Palermo, resolveram peregrinar pelos países da América do Sul, onde São Benedito tem um lugar especial no coração do povo, entregando as pequenas relíquias às comunidades onde o santo é devotado.  
A relíquia será apresentada à comunidade católica itapuiense neste sábado (05), em meio a festa litúrgica da memória de São Benedito. Ainda segundo informou Pe. Danilo, a capela, que nos últimos tempos foi vítima de vandalismo, irá passar por uma reforma externa e interna. Depois da obra, a relíquia será entronizada solenemente no interior da igreja, junto à imagem do padroeiro. 

“Obediente e humilde, Benedito foi um frade franciscano que viveu no século XVI o rigor, a austeridade e a pobreza. Por primeiro, viveu pobremente como eremita. Depois de um tempo, consagrou-se como frade franciscano. Como cozinheiro, apesar de não letrado e não ter sido sacerdote, foi exemplo para os outros religiosos, dado o grau de perfeição alcançado por sua dedicação na regra de vida. Sua relíquia, presente em nossa Paróquia, além de ser sinal de sua intercessão, é um sinal ainda mais forte de como um verdadeiro Cristão, discípulo de Jesus deve ser: humilde e pronto para amar como Cristo amou. Deus que não faz acepção de pessoas, por sua raça ou cor, nos ensina em São Benedito, que devemos acolher a todos sem deixar levar pelas discriminações que ferem e separam”, finaliza Pe. Danilo Rosa.