DITO MAZOTTI: O AMIGO DO POVO

DITO MAZOTTI: O AMIGO DO POVO

Tive o privilégio de trabalhar três anos e meio com Dito Mazotti durante sua fragmentada administração. Não conheci, no meio político baririense, pessoa mais visionária e sensível aos anseios de nossa cidade e do povo. Dito Mazotti nunca quis ser prefeito. 
Acompanhei-o na sua campanha vitoriosa de 2008, em várias reuniões e contato corpo a corpo com o eleitor.  Nunca presenciei ele pedindo um voto. Esteve prefeito pelas circunstâncias. Gostava mesmo era dos bastidores da política. Sempre fez questão de frisar que preferia estar vistoriando obras, conversando com funcionários e com a população, a ficar no gabinete. Nasceu para ser “Eminência Parda” (um poderoso assessor ou conselheiro que atua "nos bastidores" ou na qualidade não pública ou não oficial). 
Era um estrategista de campanha nato. Fechava as quatro linhas da cidade e sabia traçar com maestria, o passo a passo, rumo à vitória nas urnas. Conhecia com sensibilidade e perspicácia, o desejo da população em cada momento. Se levássemos para o xadrez, Dito seria um Kasparov. 
Ele tinha a capacidade de manter a união de seus companheiros de grupo e o respeito dos adversários. Era também a lealdade em pessoa. E isso o prejudicou perante a lei. Sempre que alguém de seu grupo lhe dizia que algum adversário político deveria ser punido, ele dizia: “não é assim que funciona”. 
Mas, apesar de dizer que preferia “assessorar” a “estar prefeito”, nas idas e vindas de sua administração, mostrou que era um grande administrador (sua formação superior). Dito Mazotti vai, mas deixa na história pública a marca de um prefeito amigo do povo e “melhor diretor de Saúde” que BARIRI já teve. 
Num instante em que a política baririense é atormentada por tantas primariedades, a morte de uma pessoa como Dito ganha a aparência instantânea de um acontecimento prematuro.
A morte cometeu um erro atroz ao levar um político necessário em momento tão conturbado.