Servidores públicos da Prefeitura de Itaju vão à Justiça contra suposta perseguição política que seria comandada pela primeira-dama; “Estou fazendo tratamento e tomando medicações”, diz vítima

“É desanimador ser hoje cidadão Itajuense, algo que antes era motivo de orgulho. Funcionários públicos ganhando um absurdo de horas extras. Existem os coitados dos pais de família que trabalham duro e ganham só salário e o vale-alimentação. Existem também as grandes horas extras e gratificações, que somente os queridos pela a primeira-dama (que faz seus agrados), recebem. Há funcionários que a hora extra é muito maior do que o próprio salário! Para comprovar, é só entrar no site da Prefeitura Municipal de Itaju, no Portal da Transparência. Lá está bem claro para todos os munícipes verem esse absurdo. Estão nadando de braçada! Só os funcionários escolhidos a dedo que ganham horas extras!” – Servidora da Prefeitura Municipal de Itaju que manteve a identidade em sigilo.
Pelo menos 10 servidores públicos municipais, de diferentes áreas, da Prefeitura Municipal de Itaju, procuraram um escritório de advocacia de Bariri para obter respaldo jurídico contra supostos episódios de perseguição política. O advogado de defesa dos servidores confirmou ao Noticiantes, os casos foram denunciados à Justiça do Trabalho.
Nossa reportagem obteve o relato exclusivo de uma servidora, que por medo de sofrer ainda mais represálias, preferiu manter sua identidade em sigilo. A mulher alega que tudo começou em outubro do ano passado, especificamente após os resultados das eleições municipais. Jerri da Fátima (PSD) foi reeleito e cumpre seu segundo mandato consecutivo no Executivo itajuense.
Segundo a vítima, de algum modo, pessoas ligadas ao alto-escalão do governo souberam que ela e sua família tiveram um posicionamento político contrário à atual administração nas eleições. Depois disso, os episódios de perseguição teriam se iniciado.
“Estou fazendo tratamento, tomando várias medicações. Eu perdi muito peso. Começaram a implicar comigo em outubro. Desde então, estou sofrendo demais e não tenho onde recorrer. O que acontece em Itaju é a falta de democracia e respeito com as pessoas. Todos são seres humanos e merecem o mesmo tratamento de igualdade. Não é permitido se opor à administração que te enxergam como um rival, um inimigo. Se você for contra, se prepare para todas as maldades que forem possíveis serem feitas. É triste Itaju estar vivendo um cenário desse jeito”, lamentou.
A servidora anônima também expôs que os favorecimentos vão além do funcionalismo público. Os tais favores atingiriam também a população em geral, que depende de serviços da prefeitura. Segundo o relato, algumas pessoas recebem atendimento diferenciado, enquanto outras imploram pelo básico. Todo o esquema, segundo a servidora, seria comandado pela primeira-dama e ex-prefeita de Itaju: Fátima Terezinha Camargo Guimarães.
“Para alguns pacientes com pedidos de exames médicos, é pedido para ir conversar com a primeira-dama para autorização – mas isso não é para todos. O mesmo acontece com a compra de óculos: para alguns, é só deixar a receita e os três orçamentos na Saúde; para outros, dizem que não tem como fazer. Para alguns, tem que conversar com a primeira-dama”, revela.
A servidora finaliza dizendo que seu emocional está abalado com a situação. “Estamos sofrendo mais, acima de tudo, com a pressão psicológica que eles fazem diariamente”.
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