Dança das cadeiras: Fernando Foloni faz mudança no alto escalão do governo, impacta formação do Legislativo e renomeia cargos de chefia menos de 10 dias após exonerações

Dança das cadeiras: Fernando Foloni faz mudança no alto escalão do governo, impacta formação do Legislativo e renomeia cargos de chefia menos de 10 dias após exonerações

O entra e sai de cargos na Prefeitura Municipal de Bariri não deu trégua nem nos últimos meses de governo Fernando Foloni. Sexta-feira passada (11), a edição do Diário Oficial do Município surpreendeu com uma mudança repentina no ato escalão: A então chefe de Gabinete, Maria Luiza Rodrigues foi exorada do cargo.

No lugar da advogada de Ibitinga, Foloni nomeou o vereador Paulo Egídio Grigolin (MDB), seu candidato a vice-prefeito nas eleições deste ano, que inclusive já atuou no gabinete do prefeito nesta administração.


De 2021 até agora, a Assessoria de Gabinete da Prefeitura Municipal de Bariri já teve quatro chefes exonerados: Flávio Coletta, Irene Chagas, Paulo Egídio Grigolin e Maria Luiza Rodrigues.

A “subida” de Grigolin para o Executivo, automaticamente deixou sua cadeira vaga na Câmara Municipal de Bariri. Com isso, o suplente de Grigolin nas Eleições 2020, Evandro Folieni (PP), assume novamente o Legislativo já na sessão ordinária da próxima segunda-feira (21).

 

Exonerações anuladas após críticas

Outra decisão polêmica publicada por Fernando Foloni na última semana, diz respeito a nove cargos de chefia exonerados repentinamente de suas funções gratificadas, um dia após as eleições municipais. 
Nesta quarta-feira (16), menos nove dias após as exonerações, o prefeito voltou atrás da decisão em partes: cinco dos nove exonerados foram renomeados às suas funções: Adilson da Silva (Coordenador do Almoxarifado da Diretoria de Educação); Adriana Henrique Menegassi (Coordenadora de Proteção Social e Direitos Humanos); Edmara Rainere (Chefe de Setor de Esportes e Lazer); Luciana Bussi Candido (Coordenadora da Casa da Mulher); e Raica Spedo (Chefe do Setor de Cultura e Eventos).
Conforme publicado na edição anterior do Jornal Noticiantes, além destes cinco servidores realocados às funções gratificadas, também foram (e permanecem) exonerados: João Ricardo Marchi Cardoso (Chefe de Setor de Fiscalização Tributária); Paulo Roberto de Riz (Chefe do Setor de Frotas da Infraestrutura); Valdinei Frizon (Chefe do Setor de Administração e Controle de Pessoal de Infraestrutura); e Pamela Rafaela Semeguini Leme da Silva (Coordenadora de Desenvolvimento Econômico).
Em relato enviado à nossa reportagem, um dos servidores exonerados que preferiu manter sua identidade em sigilo (por medo de retaliações), disse que todos foram pegos de surpresa com a decisão, que não foi comunicada previamente. O funcionário definiu o ato do prefeito como “perseguição”.
Um dia após a publicação no diário oficial, os efeitos começaram a causar transtornos em serviços e eventos que estavam planejados. Simone Caires, fundadora da Associação Fios de Afeto, enviou nota à imprensa informando o cancelamento de um evento em comemoração ao dia das crianças, previsto para acontecer no final de semana passado.
No setor de esportes um comunicado fixado terça-feira passada (08), no portão principal do Clube Municipal, comunicou que o local não funcionará mais no período noturno. “A partir de hoje, 08/10/2024, o clube estará fechado a partir das 18h, por tempo indeterminado, por ordem do prefeito”, informou o texto. 
Além das exonerações, Fernando Folini também decretou a proibição da realização de horas extras no funcionalismo público. O Sindicato dos Servidores Públicos de Bariri, por meio de seu presidente, Gilson de Souza Carvalho, informou que seu departamento jurídico protocolou Ação Civil Pública com concessão de tutela de urgência, no Tribunal Regional do Trabalho, para obrigar a Prefeitura Municipal e Bariri a revogar o decreto do fim das horas extras.
“Deve ser descaracterizado o banco de horas estabelecido no Decreto 6144/2024 do Município de Bariri, devendo as horas extras porventura laboradas pelos servidores serem pagas integralmente a estes”, diz a ação.
Até o fechamento desta edição, o decreto ainda estava em vigor. A prefeitura de Bariri não emitiu nota sobre o assunto.