ENTREVISTA DA SEMANA: Daniela Cristina Souza Branco de Rosa
Vereadora/Presidente da Câmara Municipal de Ibitinga (Legislatura 2021-2024)
Noticiantes: Como é conciliar a carreira de jornalista/radialista com a função legislativa?
Daniela: A dinâmica das atribuições não foi difícil pela minha rotina já pautada em muitas ações diárias no meu trabalho como radialista, jornalista, repórter, esposa, mãe, mulher (rs). Entretanto, foi sim um desafio construir a cada dia, uma agenda que pudesse conciliar as funções. Hoje estamos completando quase dois anos à frente da Câmara e acredito que a condução esteja mais tranquila de comungar meus dias e me sinto cada vez mais disposta a ajudar no papel de vereadora, embora como cidadã sempre exerci com muita dedicação o zelo pelo correto, a caridade, a resiliência, a empatia.
Noticiantes: Destaque os principais projetos de sua autoria que deram entrada na Câmara de Ibitinga.
Daniela: Considerando que a atribuição do vereador não se resume a apenas os projetos de lei, vale ressaltar que já apresentei mais de 1.100 proposituras, entre projetos de lei, requerimentos, indicações, ofícios e demais documentos legislativos que norteiam fiscalizar e aplicar ideias importantes para a cidade de Ibitinga.
Quando falamos de projetos, poderia destacar a conquista de acesso a crianças, idosos e portadores de deficiência para que realizem atendimento e agendamento a consulta médica por telefone, melhorando e otimizando a mobilidade desses públicos.
Além disso, através de um projeto no qual já se tornou lei, foi possível inserir muitos pontos de coleta de lixo eletrônico pelo município, no qual ficava retido a apenas um local de coleta para a população inteira, melhorando as práticas de preservação ambiental, além de outras propostas que foram acatadas e tornaram-se lei, que convido o leitor a acessar a página oficial da Câmara e acompanhar meu trabalho, bem como nas minhas redes sociais @danieladaradio (Instagram) e Daniela da Rádio (Facebook).
Noticiantes: Infelizmente, sabemos que a atuação de mulheres na política ainda é minoria. Como você enxerga a responsabilidade de representar as mulheres, ainda mais na presidência da Câmara? Você acredita que as mulheres ainda sofrem machismo no meio político?
Daniela: Um dos fatores que me levaram a concorrer uma vaga no pleito eleitoral, foi justamente a ausência ou a mínima presença feminina na política local. Somos hoje 30% da composição legislativa. Entretanto, a lutas pela militância feminina nas suas variadas esferas políticas é pauta diária do meu trabalho. Tenho encorajado, inclusive, mulheres com identidade e propostas de vida que se diferenciam em meio a nossa sociedade, para que sejam potenciais candidatas a cargos públicos e se destaquem naquilo que amam fazer, realizar, transformar sua vida e de outras pessoas.
A mulher é base, é esteio, é sustentação. E um olhar feminino na gestão pública faz a diferença, a começar pelos detalhes.
O machismo ainda impera em muitas instituições, a começar pela família e profissão. Porém, ganhamos voz e espaço à medida que não aceitamos reduzir nossa participação, e acreditando que iremos avançar cada vez mais para uma sociedade equalitária e humanamente feminina.
Noticiantes: Como é a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo em Ibitinga?
Daniela: Uma relação institucional e focada nas suas competências. Busco equilibrar o viés político e a administração da Câmara Municipal, sendo um dos Poderes que, embora distintos, entre a Câmara e a prefeitura, precisam harmonizar-se entre si para o propósito coletivo, de uma população, de uma comunidade. No entanto, vejo paralelamente articulações acontecendo a todo momento, porém, não participo porque não compõem meus princípios e propósitos políticos. Há quem faz da política uma profissão, há quem opte por uma missão. Eu escolhi a segunda opção.
Noticiantes: Como você executa o atendimento à população? Quais são as demandas/reclamações mais comuns que os eleitores trazem até você?
Daniela: O atendimento à população é realizado diariamente. Como agente político, devo servir às pessoas nas demandas e buscar soluções através da fiscalização dos setores da municipalidade, nas mais variadas situações que chegam até nós. Por ser uma pessoa pública e pelo trabalho de jornalista que, naturalmente já me dá o acesso às inúmeras situações, as pessoas me procuram muito no meu escritório, na emissora de rádio na qual trabalho. Além desse atendimento, as redes sociais, principalmente o WhatsApp, são ferramentas que mais acesso e realizo o atendimento.
Dentre as reclamações mais comuns da cidade de Ibitinga, a zeladoria municipal, saúde, abastecimento de água e tratamento de esgoto, e ainda, o turismo são as mais mencionadas. Exemplificando: falta de iluminação pública, falta de asfalto decente nas ruas, atendimento médico nas unidades, exames de saúde sendo aguardados há meses (até anos), e, principalmente, sobre remédios de acesso SUS. Em Ibitinga, o abastecimento de água e tratamento de esgoto são feitos por uma autarquia, o SAAE, que infelizmente é o recordista de reclamações, sendo a falta de investimentos e gestão sem responsabilidade os principais fatores que resultaram nos serviços ineficientes e insatisfatórios para a população. Mesmo com o esforço imensurável de seus funcionários, repasse da ordem de mais de R$ 20 milhões nos últimos 13 meses, a autarquia apresenta muitas falhas e vem causando um transtorno. No turismo, menção da falta de incentivos e mecanismos que fomentem o turismo ecológico, de compras, o turismo do bordado, uma vez que o município recebe recursos para este setor, sendo uma das Estâncias Turísticas do Estado de São Paulo.
Noticiantes: Quais setores em Ibitinga necessitam de mais políticas públicas na sua visão?
Daniela: Todas as áreas de atendimento público sempre precisam de melhorias e avanços de modernização. À medida que os processos são otimizados com tecnologia, com aplicação correta de recursos e humanização no atendimento à população, os setores melhoram e tornam-se mais eficazes. No entanto, prioritariamente em Ibitinga, zeladoria, abastecimento de água e saúde (atualmente) são os principais.
Noticiantes: Em 2023, vamos ter uma grande mudança no comando do Governo do Estado de São Paulo. Você acredita que essa alteração poderá impactar nos projetos de Ibitinga e outros municípios da região que dependem de verbas estaduais para acontecer?
Daniela: Os municípios, através de seus representantes no Poder Executivo (portanto, os prefeitos e prefeitas da região), pela minha ótica de vereadora, deverão buscar incansavelmente pelos convênios e programas de incentivos apresentados pelo novo governo. Neste momento, um plano já foi apresentado pelos candidatos e, vença quem vencer, o importante é buscar os recursos que disponibilizam para os municípios e elaborar projetos para tornar robusta toda e qualquer solicitação junto ao Estado.
Cabe lembrar, que, mesmo diante de articulações políticas, as mesmas não podem interferir no bem comum, no que tange mecanismos de acesso para todos, e não apenas para alguns.
Noticiantes: O Noticiantes agradece sua participação e deixa o espaço aberto para suas considerações finais.
Daniela: Gratidão ao Jornal Noticiantes pelo convite em apresentar uma pequena mostra do meu trabalho e minha história, e confesso estar feliz pelos propósitos que me fizeram ingressar na esfera política, tendo a responsabilidade de agir como uma grande missão e muito empenho até o dia que encerrar o mandato de vereadora. Sucesso a vocês, abraço fraterno a toda região que acompanha o Noticiantes!
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