Vereadores engrossam discurso contra a gestão em relação as emendas impositivas; Edcarlos chama o prefeito de “incompetente” e Pegoraro ironiza ofício de Foloni em tentativa de justificar o atraso

O discurso de Noemi Rodrigues na Câmara Municipal de Bariri, em nome das entidades não comtempladas com as emendas impositivas, provocou forte reação nos vereadores no pleito desta segunda-feira (15). 
Leandro Gonzalez (Avante), classificou a letargia do Poder Público como “descaso”. O parlamentar lembrou que, apresar de os vereadores serem os responsáveis pela destinação dos valores às entidades, quem realiza o e executa o pagamento, é o Executivo Municipal.  

“Estamos diante de um descaso que vem acontecendo com as entidades. O terceiro setor é um parceiro estratégico do setor público, principalmente na questão econômica. São entidades que geram empregos. As entidades geram economia para o Setor Público; elas existem para ajudar a prefeitura. Eu queria que a câmara tivesse o poder de, além de destinar as emendas, executar todo o procedimento; pelo menos vocês sairiam daqui com uma resposta. A questão burocrática não pode se sobrepor às necessidades da população. São situações inadmissíveis; não dá para aceitar isso de um Poder Público. Nesse momento, não é para a administração tratar da forma como está tratando entidades que auxiliam o poder público. Infelizmente, o poder de execução não compete à câmara”, lamentou.

O Presidente da Câmara, Airon Pegoraro (Avante) recordou sobre uma suposição para o atraso no pagamento por conta da crise financeira que atingiu os cofres municipais. No entanto, com a informação de que a prefeitura fechou o primeiro semestre de 2024 com superávit positivo, o cenário mudou.

“O funcionário público deve facilitar a vida dos cidadãos e das entidades. Antes de resolver a vida da população, parece que prefere dificultar. Era só chamar todas as entidades e resolver caso a caso, havendo alguma dificuldade. Existia uma clara intenção de postergar o pagamento das emendas impositivas, talvez por que não tivesse dinheiro. Depois que vi sobre o superávit, isso já não se justifica mais”.

O prefeito Fernando Foloni (MDB) enviou ao Legislativo um longo ofício sobre as emendas impositivas. No documento, ele tentou justificar o atraso na tramitação dos processos, alegando que, neste ano, a prefeitura teve que rever todo o processo previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA), por conta do aumento do número de entidades contempladas com as emendas. Foloni ainda afirmou que os vereadores enviaram o processo de cada emenda impositiva com “diversas falhas”, fator que, segundo o prefeito, gerou uma série de impedimentos. 
Em resumo, novamente o prefeito colocou a culpa na burocracia. A tentativa de justificar o atraso no pagamento de Fernando Foloni foi ironizada por Pegoraro. “Pelo jeito toda a culpa é nossa! Esse atraso que está tendo esse ano não teve nos anos anteriores. Qual a justificativa do prefeito? Mentira que depois do quarto ofício foi resolvido em abril. Isso me causa espanto, sinceramente. Pelo jeito, as entidades estão erradas e nós, vereadores, também”, disse o presidente da Casa de Leis. 
Edcarlos Santos (PP) dedicou praticamente todo o seu tempo da “Palavra Livre” para criticar a letargia do Poder Público em relação às emendas impositivas. Num discurso enfático e repleto de “alfinetadas” ao prefeito, o vereador não poupou adjetivos para manifestar sua insatisfação com a atuação de Fernando Foloni no Executivo baririense.

“Cada vez mais, esse governo tem a capacidade de envolver pessoas que a gente pensava que eram inteligentes, mas que hoje se mostram como grandes idiotas. Esta câmara criou as emendas impositivas e outras leis importantes – diferente desse governo que está aí, em que um deles já foi cassado por corrupção e que, o outro, se não tomar cuidado, ainda dá tempo de ser cassado por improbidade administrativa, por incompetência e por idiotice. As emendas impositivas foram criadas para atender as entidades. São R$ 2,1 milhões que vão ajudar muito. Por que para o rodeio não faltou dinheiro? A gente vê de um lado, o terceiro setor se dedicando; do outro, um prefeito incompetente, incapaz e marionete, que assina tudo que os outros pedem. Um bom locutor de rodeio, oito minutos falando já são o suficiente para a gente nem querer ouvir mais. Sabe por que as entidades não receberam ainda? Por que existe um prefeito que não tem a mínima competência”, concluiu.