Entrevista: Profª. Juliana Zanetti fala sobre as aulas de ballet e ponta do projeto CulturArt de Itapuí

Entrevista: Profª. Juliana Zanetti fala sobre as aulas de ballet e ponta do projeto CulturArt de Itapuí

Nome completo: Juliana Camila Zanetti Soares

Idade: 46 anos

Naturalidade (cidade onde nasceu): Jaú

Formação Acadêmica: Graduada em Educação Física e pós  graduada em Docência em Dança.

Profissão: Professora e empresária.

Locais de trabalho:  Ministro aulas de dança no Colégio Santo Antonio  de Itapuí e no Projeto CulturArt da mesma cidade. Sócia proprietária da empresa Isoft Sistemas com sede em Jaú.

 

Noticiantes: Como e quando surgiu seu interesse pelo ballet? Qual é o seu estilo favorito?

Juliana: Meu interesse pelo ballet surgiu na infância, e o meu primeiro contato com a dança se deu aos 4 anos. Meu estilo favorito são os ballets de repertório como o Quebra Nozes, O lago dos cisnes, Coppelia, entre outros.

 

Noticiantes: Como funcionam as aulas de ballet através do Projeto CulturArt de Itapuí? Quantos alunas participam e como estão divididas as turmas?

Juliana: As aulas de ballet acontecem às segundas-feiras, no Salão da Terceira Idade, a partir das 18 horas, de maneira gratuita. As turmas são formadas com base na idade das alunas. Há uma turma de ballet baby class 1 para crianças de 2 anos e meio até 4 anos; outra turma de ballet baby class 2 para crianças de 5 e 6 anos e a turma de ballet infantil acima de 7 anos. Agora temos a novidade da turma de sapatilhas de ponta, para adolescentes a partir de 12 anos que tenham frequentado pelo menos 2 anos de aulas de ballet. Atualmente o projeto conta com, aproximadamente, 60 alunas.

 

Noticiantes: Qual a maior diferença entre ensinar balé para crianças e adultos?

Juliana: Com as crianças, trabalhamos a parte lúdica. A nomenclatura do ballet é uniforme para todo o mundo, com palavras em francês, o que dificulta para a criança decorar esses nomes. Então, inicialmente, isso é ensinado por meio de músicas infantis. A partir da turma de ballet infantil, a aula é padronizada. Existem vários métodos de ensino de ballet, e os mais utilizados no Estado de São Paulo são o Royal (inglês),  o Vaganova (russo), dentre outros. Eu utilizo o Método Royal e, com base nesse método, fazemos exercícios de barra, centro e diagonal.

 

Noticiantes: Destaque algumas atividades desenvolvidas durante as aulas.

Juliana: Para as crianças, trabalhamos com brincadeiras, exercícios de interpretação e utilização de instrumentos como bambolês, bexigas, varinhas de condão, fantasias,  para auxiliar nos movimentos. A partir da turma infantil, utilizamos as barras de ballet para desenvolver a base dos exercícios e essa base será utilizadas também nos exercícios de centro e diagonal.


Noticiantes: De onde vêm suas inspirações para as coreografias?

Juliana: As coreografias são montadas com base nos exercícios realizados em sala de aula ao longo do ano. Buscamos inserir, também, músicas de interesse das crianças para facilitar o aprendizado das coreografias.

 

Noticiantes: Que tipo de benefícios o ballet traz para crianças e adultos?

Juliana: O ballet traz inúmeros benefícios, como desenvolvimento de coordenação motora, lateralidade, equilíbrio e força. E para os adultos melhora a consciência corporal, flexibilidade, ajuste de postura e melhora da autoestima. Além disso, combatemos o sedentarismo e auxiliamos a perda de peso, pois em uma aula de ballet pode-se gastar até 750 calorias.

 

Noticiantes: Além do ballet, a grande novidade em Itapuí são as aulas de Ponta. O que é desenvolvido nesta modalidade?

Juliana: As aulas de ponta são destinadas às adolescentes acima de 12 anos que já tenham realizado ao menos dois anos de ballet anteriormente. Nesta aula, trabalhamos os mesmos exercícios das aulas comuns, mas com a sapatilha de ponta, o que exige muito mais força dos pés.

 

Noticiantes: Comente sobre as futuras apresentações externas das alunas do projeto CulturArt.

Juliana: Nos apresentaremos na Feira ao Ar Livro, em Itapuí, no dia 17/08, às 17h na Prainha. Já temos previsão de participar das celebrações do aniversário da cidade. Também, ao final do ano, realizamos um festival de dança com apresentação dos alunos.


Noticiantes: Qualquer pessoa pode fazer ballet? Existe uma idade ideal para iniciar a modalidade?

Juliana: Qualquer pessoa pode fazer ballet, mesmo com alguma limitação de saúde é possível adaptar os exercícios para que estes sejam executados. Não existe uma idade certa para iniciar o ballet, pois como em qualquer modalidade esportiva, o que realmete irá contar é a dedicação e disciplina durante as aulas. É preciso desvencilhar a ideia de que o ballet só pode ser dançado em grandes companhias e por bailarinas com biótipos inatingíveis para pessoas normais. O ballet é um esporte como outro qualquer e, sendo assim, sempre existirão os bailarinos profissionais e os amadores. Já tive alunas que começaram o ballet aos 40 anos. Outra ideia equivocada que se tem do ballet e que precisa ser revista, é a falta de meninos nas aulas, pois existe uma convenção social de que esse é um esporte feminino, o que muito causa estranheza, visto que quando ele surgiu, na França, só era dançado por homens.

 

Noticiantes: O Noticiantes agradece sua participação e deixa o espaço aberto para suas considerações finais.

Juliana: Agradecemos o Noticiantes por abrir espaço ao desenvolvimento da cultura na região de Itapuí, e convidamos a todos os interessados que compareçam à Biblioteca de Itapuí para fazerem suas inscrições para as aulas de ballet.